terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O DNA dos humanos


Os que se acham puros demais, pulamordeDeus,  não se decepcionem. É que os caras do saber descobriram que não somos tão Homo-Sapiens assim.  A ideia de que saímos triunfalmente humanos únicos da África há 50.000 anos, parece não ser verdadeira. Tão dizendo que eu, tu, ele, nós, vós, eles somos uma mistura de espécies, com sangue do homem de Neandertal e de uma espécie apelidada Denisovans, encontrada na Sibéria. Nos couros, digo, no sangue da gente, deve rolar sangue também de mais outra espécie, esta encontrada na Indonésia:  Homo-Floresiensis. Os exames de DNA acham cada coisa. Mas não descobriram se os Denisovans cruzaram com os Neandertais.  E também se cruzamos ou não com os Homo-Floresiensis, que o clima da Indonesia não conserva bem esqueletos. 

Voltando ao orgulho besta de sermos puros, deve ser porque somos os únicos sobreviventes dos humanos, pelo menos pensava-se assim antes dos exames de DNA. Lembrando que o homem de Neanderthal se foi há 30.000 anos; o homo floresiensis há 17.000 anos e o esqueleto de uma garota Denisovans, encontrada em caverna na Sibéria, datou 40.000 anos. Inteligência não deve ser o único atributo condicionante para a sobrevivência da espécie. Por exemplo, para baixar mais a bola da humana vaidade sapiens, é bom saber que o homem de Neanderthal tinha um cérebro mais volumoso que o nosso. E. se a gente levar em conta que estamos muito do perto da extinção, por conta da astúcia de aprontar guerras e sujeiras sem fim, pois bem, num futuro próximo a barata é que posará de inteligente.

George Alberto de Aguiar Coelho

http://www.nytimes.com/2012/01/31/science/gains-in-dna-are-speeding-research-into-human-origins.html?smid=fb-nytimes&WT.mc_id=SC-E-FB-SM-LIN-DTH-013112-NYT-NA&WT.mc_ev=click


sábado, 28 de janeiro de 2012

Trabalho e depressão

Faz-se crer que a riqueza de cada um se deve ao trabalho que realiza. Verdade, não é.  Basta verificar, por exemplo, que dentre  os mais ricos da sociedade estão banqueiros, rentistas e especuladores. Soaria irônico afirmar que ganham conforme trabalham.  No dizer popular, alguns deles dão é muito trabalho. A última assertiva se prova com o episódio dos “primes” e a recente quebradeira na anciã Europa. Tudo causado pela ganância sem fim e a má gestão. Arrisco adivinhar quem vai pagar a conta do banquete. A Grécia até já respondeu, antecipando-se a Portugal, Espanha, Itália e França: o povo. O FMI já está passando a sacolinha: contribuam gente boa!

De outro lado, já que se fala em trabalho, mirem-se na rotina de um pedreiro, suorento a levantar tijolos em paredes sólidas. Feito Sísifo rolando sem fim medonha pedra morro acima que teima em cair morro abaixo, que faz rolar de novo pra cima, eternamente. Se se tivesse de medir o trabalho de um indivíduo desses, seria o mais rico dos homens; o mais admirado dos da espécie. Mas, casa de ferreiro, espeto de pau ou: quem trabalha não tem tempo de ganhar dinheiro. De tal sorte que, pra não rebolar no mato a frase iniciada no texto, motivo de concordância de muitos Adam Smiths da vida, podemos reformá-la  para: a riqueza de cada um se deve ao trabalho que outros realizam a favor daquele.

Fico pensando se o trabalho realmente nos deixa felizes. Olavo Bilac, no seu parnasianismo métrico, tinha essa opinião:  “Assim como a chuva caída fecunda a terra no estio, para fecundar a vida, o trabalho se inventou... Feliz quem pode orgulhoso dizer nunca fui vadio e, se hoje sou venturoso, devo ao trabalho o que sou”. Menos, poeta, menos!  É que nunca se trabalhou tanto. O mundo atual é uma azáfama geral. Contudo, nunca fomos  tão infelizes. Tenho na cabeça que  a depressão é uma epidemia essencialmente moderna. Se me fosse dado opinar e ressalvadas as condições da genética de cada um, apostaria que provem muito da alimentação - rica em calorias, pobre em nutrientes - dos valores  da sociedade de consumo e do trabalho para adquirir bens supérfluos exigidos por esta.

Do ponto de vista ecológico, o trabalho, com o seu produto e detritos gerados, são os grandes consumidores de recursos naturais. Porém a terra é redonda e finita. De tal forma, ser a natureza terráquea limitada. Mas não rezam assim os pressupostos da economia vigente que ordena produzir cada vez mais com recursos naturais, considerados infinitos e praticamente gratuitos. É um crescer contínuo que o crescimento traz lucro, reproduzindo a mais valia do velho Karl Marx.  Até quando dura isso? Ninguém sabe pois, dentre os valores impostos às pessoas, se  sobressaem, a riqueza, o poder e a celebridade célere. Assim, urge manter-se a expectativa de tê-los a qualquer custo. Parar de consumir o supérfluo?  Não dá, pois, argumenta-se, haveria desemprego, desarrumação geral nas estruturas de poder. O sistema quebraria, como quebrou, por outras razões, o comunismo . Não creio que os detentores das rédeas do poder deixem isso acontecer. Logo, consumir mais, tornou-se preciso.

Sendo assim, no sem jeito mesmo de solução, e apenas pra se ter uma outra visão do trabalho, ou melhor, do não-trabalho, pouco custa ler “Ócio Criativo” de Domenico de Masi. Isso, se der  tempo  que, a gente sabe, o trabalho não deixa sobrar. 

George Alberto de Aguiar Coelho

http://noticias.bol.uol.com.br/ciencia/2012/01/27/trabalhar-demais-eleva-risco-de-depressao.jhtm

E como disse um amigo meu: "Se não é Trabalho e Depressão é Trabalho e Estresse, é osso: http://www.youtube.com/watch?v=IzBy6agXKoA"

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Eficiência policial

Eita, se a polícia do Piaui tivesse a mesma eficiência no combate a bandidos de verdade como tem pra reprimir estudantes e demais população que lutam contra aumento da passagem de ônibus...



Edifício de 30 pisos em 15 dias

Quando vejo uns poucos quilômetros de estrada, nas imediações de Fortaleza, sua construção durar 5 ou mais anos pra ficarem prontos, me dou conta de que a diferença entre Brasil e China é que o primeiro se tornou simplesmente o fornecedor de matéria prima (principalmente ganga) para o segundo, que o transforma em aço, que faz erguer pilastras e vigas, que dão suporte a edifícios de 30 pisos em 15 dias.

Eh! Brasil, tem muito chão a percorrer, muito céu a alcançar!