quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Ano novo, tudo novo!

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Ano novo, tudo novo!
Todo mundo diz assim num só jargão.
Mas será sempre o novo melhor que o velho?
Tudo o que começa agora melhor que os que vão?
Sei não! Sei  não!
Prefiro o velho e conservado vinho,
Mais o novo e o maturado pão.


George Alberto de Aguiar Coelho

Desenho de Sandra Coelho          



terça-feira, 27 de dezembro de 2011

PIB do Brasil passa o do Reino Unido

PIB do Brasil passa o do Reino Unido. Agora, Brasil é a sexta maior economia do mundo. Ainda vai levar mais 20 anos pra se alcançar o padrão de vida inglês. Mas pra quem caiu, em ritmo neoliberal, de oitava pra décima quarta economia, até que foi um salto dos enormes.
George Alberto de Aguiar Coelho.




quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Papai Noel, eu te peço


Que nossas cestas de natal continuem fartas, mas que dê preferência aos que não têm cestas de natal.
Que os ruidosos brinquedos piscantes de nossos filhos continuem piscantes e ruidosos, mas que, principalmente, suas almas continuem, além de piscantes e ruidosas, sensíveis  às almas das iguais crianças que nunca tiveram brinquedos piscantes e ruidosos.
Que nossa rica mesa de fiambre e queijo nos faça lembrar da mesa limpa dos desvalidos.
Que o vinho, prestes a regar nosso corpo nesse dia, nos embriague a alma de boas fantasias e nos faça perceber que o mundo é o produto do que somos e pensamos.
Que um pouco do muito dinheiro gasto nessa época chegue aos que pouco dinheiro têm.
Que nossas festas de natal cheguem aos que não têm festas.
Pois que o nosso homenageado – que veio para nos servir - não teve mesa farta regada a vinho, fiambre  e queijo, não ganhou ruidosos brinquedos piscantes, sua cesta foi uma manjedoura de palha e nasceu simples criança pobre.

George Alberto de Aguiar Coelho



sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Feliz Natá!


Entonce, nesse Natá,
Comecim de novo ano,
Que teje certo seus prano,
Idéia e coisa e tá.
Faço voto afiná,
De saúde, paz e amô,
Pro pobre, rico e dotô,
Tudo vivente do mundo,
Que no fundo, bem no fundo,
É fio dum só Sinhô.

George Alberto de Aguiar Coelho


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Cadê o Patati e o Patatá?



Foi divulgado um show do Patati e Patatá

Juntei o meu dinheiro e fui bem cedo adquirir

Comprei com trinta contos dois ingressos pra assistir

O show anunciado: Patatá e Patati

A policia, que chegou antes do show começar,

Falou que os dois não eram Patati nem Patatá

E o pau começou logo, ninguém dentro quis sair

Escafedeu-se os clones clowns Patatá e Patati

Paguei caro o ingresso e não pude assistir

O show dos dois palhaços Patatá e Patati.

George Alberto de Aguiar Coelho

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Vazamento da Chevron


http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1021290-procuradoria-pede-indenizacao-de-r-20-bi-por-vazamento-da-chevron.shtml

Tá certo o MPF. Tem que dar multa alta. Multa de merreca não funciona. O cidadão que atravessa o sinal, ou passa da velocidade no trânsito, recebe multa braba, pois coloca em perigo vidas alheias. Da mesma forma, uma empresa, se negligencia procedimentos de segurança fundamentais, tem de sentir no bolso o custo da infração cometida. Mas, mesmo a multa sendo alta, tem um porém. Com a justiça e as leis que temos, a Chevron pode cozinhar o galo durante 15, 20 anos e acabar pagando, se pagar, a tal de merreca de que falei. Esse é o Brasil que insiste em não mudar. Rico em recursos naturais, paupérrimo quanto às leis concretas e processuais que, embora volumosas, protegem quase sempre o infrator. Num cenário assim, defender réus é estar no melhor dos mundos. De tal forma, que as instituições, via de regra e por consequência, se comportam de forma reacionária, isto é, dão com frequência a Cesar e a seus apaniguados o que não é deles. E quando estes aparentemente estão em apuros, o sistema absorve as acusações e os deixa livress pelo declínio do tempo e do esquecimento. 

George Alberto de Aguiar Coelho



terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Dia de Santa Luzia



Triste Partida
Patativa do Assaré
Cantada por Luiz Gonzaga e Gonzaguinha

Setembro passou
Outubro e Novembro
Já tamo em Dezembro
Meu Deus, que é de nós,
Meu Deus, meu Deus
Assim fala o pobre
Do seco Nordeste
Com medo da peste
Da fome feroz
Ai, ai, ai, ai

A treze do mês 
Ele fez experiência
Perdeu sua crença 
Nas pedras de sal, 
Meu Deus, meu Deus 
Mas noutra esperança 
Com gosto se agarra 
Pensando na barra 
Do alegre Natal 
Ai, ai, ai, ai



A treze do mês de dezembro de 1912, na cidade de Exu, Cariri pernambucano, nascia o sanfoneiro Luiz Gonzaga. Todo dia treze de dezembro é dia de Santa Luzia. Assim, nada melhor que se relembrar hoje os dois eventos com Luiz Gonzaga cantando Triste Partida de Patativa do Assaré, seu vizinho cearense da serra de Santana do Cariri. Como tudo é imbricado no sertão caririense, Santana, talvez por inspiração da Serra, era o nome da mãe querida e cantada em versos do Rei do Baião. E por que Triste Partida? Porque nela Patativa evoca as experiências feitas pelo nordestino para previsão de seca, fenômeno vital em sua sobrevivência. Dentre as experiências, a das pedras de sal. No dia de Santa Luzia, o sertanejo coloca seis pedras de sal ao relento, cada uma representando os meses de janeiro a junho do ano seguinte. Conforme cada pedra se dissolva no sereno da noite,  assim será o inverno nos meses do ano próximo.  É de se dizer que, no Nordeste, inverno não tem o conceito convencional de estação climática, mas sim se está chovendo. Por aqui, as chuvas se dão de janeiro a abril, ou mais tardar maio, quando não ocorrem as secas.
George Alberto de Aguiar Coelho

Aquarela de Sandra Maria de Aguiar Coelho



sábado, 10 de dezembro de 2011

Código Desflorestal

Dona Dilma dê seu veto
Nesse projeto horroroso:
Quem desmatou pague a conta
Ou plante as árvores de novo.
Discurso nacionalista
Contrário ao meio-ambiente
Não cabe na discussão
Invencionice de gente
Que acabou com a mata
E agora quer perdão.

Quer defender o Brasil?
Nacionalize o petróleo
Energia, mineração,
Isso tudo foi riscado
Da nossa constituição;
Bote cabresto nos bancos
Que com juros escorchantes
Saqueiam nossa nação;
Cobre imposto dos ricos
E aplique na educação.

George Alberto de Aguiar Coelho

http://www.cartacapital.com.br/politica/se-dilma-nao-vetar-texto-deve-passar-pelo-stf/


Plebiscito no Pará

Você é a favor da divisão do estado do Pará para a criação do estado do Carajás? Não.
Você é a favor da divisão do estado do Pará para a criação do estado do Tapajós? Não.

Se votasse no plebiscito da divisão do Pará, faria assim. Como não voto, posso muito dar minha opinião de brasileiro que, embora não conheça o Pará, pelo menos de ter posto os pés no estado, sabe de seu gigantesco potencial econômico e natural.

Quando os portugueses nos tinham como colônia, o Maranhão e o Grão-Pará eram tratados de forma distinta ao Brasil. Tinham administração própria. Seja pelas dificuldades de navegação contra correntes marítimas de Pernambuco para o Norte e vice-versa; seja pela insalubridade da região amazônica, a divisão demorou e quase foi reacesa no inicio do império. Assim, a gigantesca área, que chegou a abranger o Piauí e também o Ceará, foi a última a se libertar de Portugal. Com a exploração da borracha, o Pará, principalmente sua capital Belém, e a capital do Amazonas, Manaus, tiveram um grande surto de desenvolvimento econômico. Findou-se o progresso com o tráfico de seringueiras para a Malásia a mando do império britânico. Bem recente, o ouro de Serra Pelada, descoberta por garimpeiros, escoou em toneladas escondidas para fora do país, sob às vistas intervencionistas e incompetentes de militares que a ocuparam. Serra Pelada, de serra vistosa que era, virou um medonho buraco cheio d´água dado em concessão mineral. E o ouro da serra, como antes se dera com as minas de Minas, não serviu ao Brasil, não serviu aos paraenses.

Porém, hoje, há uma nova oportunidade de desenvolvimento da região: Carajás. O ferro de Carajás, o maior em quantidade e o melhor em qualidade do mundo, se bem administrada sua exploração, poderá tornar o Pará um dos mais desenvolvidos estados brasileiros. Mas aí se fala em dividir o estado paraense. Pra que se dividir o Pará? O argumento preponderante dos separatistas é que as regiões dos futuros estados, formados com a divisão, regiões, que se diz hoje, abandonadas, se desenvolveriam como aconteceu com o estado de Tocantins, desmembrado que foi de Goiás. O raciocínio, surgido de encomendas feitas à empresa de consultoria paga para defender à divisão, parece não ter firmeza, frente a dados que indicam não variarem significativamente os índices de pobreza no estado. Ainda, se assim fosse, pergunto: é preciso que se esquarteje um estado para levar desenvolvimento às regiões mais pobres? Não creio em argumento tão débil, ou não teríamos, o estado de Alagoas, um dos menores estados da União, quase tão pobre quanto o gigante Maranhão. Em ambos, como no Pará, oligarquias dominam a política.

O estado do Pará é o segundo maior estado em extensão territorial do Brasil. Se passasse a divisão, adviriam desta três estados: Pará, Carajás e Tapajós. Para o novo Pará restariam 17% do atual território que é de 1,2 milhão de km², teria Belém como capital. Carajás ficaria com 25% do atual Pará, sua capital seria Marabá. Tapajós ficaria com a maior extensão, 58%, e a capital seria Santarém. Quanto ao Brasil, de 26 estados, mais Distrito Federal, acrescentaria 2.

O que tal acréscimo traria de bom ao Pará é incerto, mas o que de ruim adviria ao Brasil não tenho dúvidas. De pronto, a necessidade de construir e manter estruturas governamentais e administrativas caríssimas pra cada um dos dois novos estados. Tribunais de justiças, de contas, assembleias, apêndices federais, palácios e residências pra dois novos governadores, vices e mais deputados estaduais pululariam às custas de verbas públicas. No Congresso Nacional, pelo menos mais oito novos gabinetes dilatariam a já obesa e dissipadora Câmara dos Deputados; mais seis senadores, assessores legislativos receberiam sem ter muito o que fazer e até onde sentar. Ademais, dúvidas restariam quanto ao interesse de natureza estratégica da divisão.

Quais os motivos de fundo para se criar agora um novo estado - Carajás - que concentra as maiores reservas de minério do mundo? O que se esconde nos desejos de adventícios, recentes ocupantes de área agrícola, e das festivas ONG´s na criação de Tapajós, estado que seria predominantemente formado por reservas indígenas e o restante plantado com soja transgênica fornecida por  uma empresa só? O que tem a ver as usinas hidrelétricas construídas no Pará, como Tucuruí que só perde em potência para Itaipu, e as usinas em projeto ou construção, como Belmonte (terceira do mundo, se trabalhasse de forma plena) e as cinco do complexo Tapajós (quase uma Belmonte plena), pois bem, o que tem a ver tais hidrelétricas com a cobiça divisionista?  Serão em parte os interesses separatistas no Pará semelhantes aos dos que buscam para si o pedaço melhor de outro estado, também ameaçado de esquartejamento, o Piauí?

Chega de divisões, De nada servem, a não ser atender aos desejos de ampliação de grupos de políticos, para replicarem arcaicas políticas de dominação. Divisões do jaez escondem interesses escusos, contrários ao Brasil. O país não comporta mais sentimentos divisionistas. O Pará não se divide! O Brasil não se entrega!

George Alberto de Aguiar Coelho

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sexo e poder

«Le sexe est une des formes primaires du pouvoir.» Ernesto Sabato.



A frase está em francês, mas o escritor, vencedor do Prêmio Cervantes de Literatura (1984), é argentino. Pra quem quer tradução: "O sexo é uma das formas primárias de poder". Mas, querendo brincar com o francês, a pronúncia do "pouvoir" ajuda, e a frase continua verdadeira: "Sexo é uma das formas primárias de povoar".
George Alberto de Aguiar Coelho


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Foram sete...

Dona Dilma, parabéns!
Pelo início de governo
Não se governa com medo
Nem tratando mal com bem
Governar vai mais além
E foi certo mandar cedo
Ministros para o degredo
São sete bem enxotados
Mas eu tou desconfiado
Que mais sete devem arredo

George Alberto de Aguiar Coelho