Que nossas cestas de natal continuem
fartas, mas que dê preferência aos que não têm cestas de natal.
Que
os ruidosos brinquedos piscantes de nossos filhos continuem piscantes e
ruidosos, mas que, principalmente, suas almas continuem, além de piscantes e
ruidosas, sensíveis às almas das iguais crianças que nunca tiveram
brinquedos piscantes e ruidosos.
Que
nossa rica mesa de fiambre e queijo nos faça lembrar da mesa limpa dos
desvalidos.
Que
o vinho, prestes a regar nosso corpo nesse dia, nos embriague a alma de boas
fantasias e nos faça perceber que o mundo é o produto do que somos e pensamos.
Que
um pouco do muito dinheiro gasto nessa época chegue aos que pouco dinheiro têm.
Que
nossas festas de natal cheguem aos que não têm festas.
Pois
que o nosso homenageado – que veio para nos servir - não teve mesa farta regada
a vinho, fiambre e queijo, não ganhou ruidosos brinquedos piscantes, sua cesta
foi uma manjedoura de palha e nasceu simples criança pobre.
George
Alberto de Aguiar Coelho
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