Quem conta a estória é Normando (1):
"Adauto, poeta e marceneiro, consertou a viola de Zé de Dona, também poeta. O serviço foi 40 contos. Zé deu 20 e ficou de dar outros 20 com 30 dias. E não apareceu mais. Tempos depois, encontram-se os dois numa cantoria. É quando Adauto faz o verso:
Zé de Dona se achava precisado
Que eu fizesse um conserto na viola
Gastei lixa, verniz, madeira e cola
E depois do serviço terminado
Me deu vinte e deixou vinte fiado
Que tratou de pagar no outro mês
Passa um, passa dois e passa três
Zé mais nunca me deu nenhum tostão
Eu não digo que Zé seja ladrão
Mas quem rouba só faz como Zé fez."
Referência:
1. Vasconcelos, Normando. Cantiga de Viola. Arte*Digital & Século OM. Maceió, Alagoas, 1996, p. 273:
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