Cuba não tem mais Fidel, mas nenhuma criança ali pede esmolas ou dorme
nas ruas, mesmo convivendo com o mais longo boicote internacional
americano que perdura sobre a pequena e corajosa ilha caribenha.
Não quero aqui falar de Fidel, cuja vida e velório recente impressionaram o mundo. Falar, sim, de dois sujeitos, um deles ditador e perguntar se alguém iria a seus velórios?
O brigadeiro Macedo do Crato foi um homem extraordinário. Foi o primeiro Comandante da Base Aérea de Fortaleza e, se não fosse sua coragem, a Aldeota e o Mucuripe seriam um campo de aviação com pista em T iniciando no atual Colégio Militar.
De fato, diante da recusa do brigadeiro em instalar o campo de comando aeronáutico americano na Aldeota, o comandante gringo o interpelou: você está me impedindo de construir um dos maiores campos de aviação da América Latina. E a resposta: estou defendendo a mais linda capital do Nordeste.
Macedo inaugurou inúmeros campos de aviação no Brasil; bombardeou os remanescentes do Caldeirão na Serra do Araripe; combateu Lampião no Raso da Catarina e, por fim, foi fabricar cachaça no Crato onde lá o ditador Castelo Branco lhe indagou o que andava fazendo no Crato. Pois bem, o brigadeiro Macedo, chamado ali de Zé do Crato, respondeu a Castelo: "Fabrico cachaça pra dar emprego a poliça, juiz e advogado."
Em 1992, Zé do Crato já é morto, mas antes falece um monsenhor querido do Cariri e um dos que se juntavam à multidão que assistia à missa de corpo presente diz prum inimigo ferrenho de Zé do Crato que estava ao lado: "Quando o Brigadeiro Macedo morrer, vai ter gente assim como agora no enterro dele? A resposta veio raivosa: "Só se for pra enterrá-lo vivo".
Nada de comparações, porque a distância incomensurável entre os dois homens não permite. Mas, me vem à pergunta que ora faço: "E se o usurpador da presidência do Brasil morresse, iria ter muita gente presente à cerimônia?
George Alberto de Aguiar Coelho