Em termos de ética, que eu acho ser coisa de gente, dos dias de hoje, no Brasil, vem mais essa. Não sei o desenrolar da estória, mas o final foi uma tatuagem na testa de um homem com os dizeres: "Eu sou ladrão e vacilão." Se não li a estória direito, se deve talvez a uma defesa própria de me fazer de conta que nâo vi o que me assusta. Peço desculpas pela covardia.
Ora, um caso desses, de querer fazer justiça com as próprias mãos, mesmo considerando a deterioração da polícia e sistema judiciário, é perigosíssimo. No caso, não se trata de reagir com violência a um assalto, o que por defesa própria seria, a meu ver, justificável. Por exemplo, jogar o carro em cima de quem lhe aponta uma pistola etc.
Neste caso da tatuagem, não, o indivíduo já está imobilizado, provavelmente por um grupo e se lhe dá, o justiceiro, uma sentença permanente - porque tatuagem feita em pobre é pra sempre, pois não tem dinheiro pra investir em dermatologistas e tratamentos a laser.
Mais estranho é a parte complementar da frase: "... e vacilão." Ah! Esse "e vacilão" é emblemático. O que o conectivo "e" simbolizaria? Que o sujeito pode até ser ladrão, mas não pode, ao mesmo tempo, ser vacilão. Ou seja, pode ser, por exemplo, um político que roube, mas não se deixe pegar sem advogados para defendê-lo; que o cara não pode ser ladrão e, ao mesmo tempo, vacilão de ser pobre. Enfim, uma ética que aprova o roubo, desde que sem vacilos.
Égua de ética escrota!
Georhe Coelho
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