quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Lembro do pai do Edson Queiroz,

Genézio Queiroz, chegando de Landau preto com motorista uniformizado de quepe, na casa do tio Chico e tia Yayá, em Messejana, onde hj é o Detran. Mal olhou pra mim, q menino naquele tempo era sem valor. Tirou um revólver 22 prateado e deu uns tiros no tronco dum pé de carambola. Depois, pediu uma meiota de cana e uma rede à negra Maria do Espirito Santo, que trabalhava na casa. A Maria, sem respeitar a riqueza do homem, deu-lhe um esculacho: Genézio, tu vem de novo tomar cachaça, ôme de Deus? Genezio foi, junto com meu tio Chico, comboieiro de jumento trazendo carga de rapadura do Cascavel. Pegou a rede, o Genezio, e foi dormir num quarto quente, onde dormiam as galinhas do então quase sítio. Eu, menino, olhei pela porta entreaberta, o Genézio deitado na rede, tomando a meiota de cana, depois adormecendo... Eu fiquei pensando, no meu penso de menino: o que faz um homem rico vir aqui, tomar cachaça e dormir num quarto quente pisando em bostas de galinhas?

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