sexta-feira, 8 de julho de 2022

País de chiqueiro

Quando se é novo, fogoso, bode-pai-de-chiqueiro,olha-se pra uma mulher e se vé nela apenas a parte exterior do corpo físico, a casca, sua beleza, se é bonita, cheirosa, atraente. 

Com o tempo, o bode vai se dando mal com a pastagem cara, pensão alimentícia, brigas ferinas e vai ficando  maneiro. 

Passa a ver na vindoura, a possibilidade de se ferrar com o novo ente, que antes só era objeto de desejo; passa até a  procurar entender mais de psicologia, psiquiatria do que mesmo de putaria.

Já na  velhice, quando a sua carcaça está próxima a alimentar o húmus da terra, já vê também a mulher como se está tivesse uma pele de vidro, vê os sistemas circulatórios, digestivo, intestinal, excretor,  o escambau da anatomia humana.

Com tudo isto, é de se compreender que, malgrado essas experiências acumulativas, a perda do tesão no velho não decorre unicamente da decadência física do seu corpo.

Ainda assim, admito que há muitos bodes velhos por aí que ainda se imaginam fogosos pais-de-chiqueiro.

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