A meu ver, o mérito principal do Alexandre de Morais é a coragem de agir. Vejamos, dentro de uma corte com onze ministros, qual deles teve a coragem de, embasado na lei 14.197/2021 ou na anterior revogada Lei de Segurança Nacional, que está existia há largo tempo, bater contra um forte poder que se o opunha com quase a metade dos votos, destes da parte mais rica do país? Nenhum, afora Xandão.
O próprio TSE já sofrera fortes questionamentos quanto à isenção das urnas por Aécio Neves iniciando daí a destituição de Dilma por um golpe onde a ausência maior de defesa partiu das próprias hostes petistas, cum uma tênue participação de um ministro Dias Toffoli.
Não espero e nem quero, em hipótese alguma, que Xandão pegue leve com o próximo governo, mesmo porque suas lideranças têm, como a própria Justiça, também, grande responsabilidade por esse fenômeno doentio que é o Bolsonarismo. Aliás, há grandes possibilidades que o próximo governo engrosse o caldo de decepção com o país, se desprezar, por ações parecidas com as do passado, os votos de quem, apesar de ser contrário a forma de atuação do PT, votou nele pra evitar um mal maior.
Realmente, o homem é suas qualidades e circunstâncias. O que se faz hoje, pode não se repetí-lo amanhã, mesmo pq devemos dar espaço ao reconhecimento de erros passados e aprimoramento do que se fez de bom.
Mas certamente, como disse, a qualidade maior do Xandão é a coragem, item em falta na Suprema Corte e também nos governos que há décadas governam o Brasil.
Como exemplo de minha aposta na coragem, gostaria, se possível, que o futuro governo, que tanto apregoa, com razão, contra o entreguismo privatista, revertesse essa escandalosa entrega última, feita na bacia das almas, de uma refinaria da Petrobrás.
Terá coragem? Não sei, mas que se espelhe, por exemplo, no corajoso Evo Morales da Bolívia que, dentre outras ações nacionalistas, encampou os ativos da própria Petrobrás na Bolívia, quando do período petista.
Coragem!