quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O meio de entrega do "Fora Renan"

Nos dias de hoje, dias de preocupação ambiental, estranho o meio usado para entrega do abaixo-assinado, denominado de petição, do "Fora Renan": 15 caixas de papelão contendo folhas com os nomes e algum outro dado das pessoas que se manifestaram na internet pelo impeachment de Renan Calheiros. O fato de se entregar um arquivo em um simples CD não diminuiria o clamor popular da manifestação. A própria justiça brasileira já usa em larga escala o processo eletrônico. Imagino o Green Peace, por exemplo, entregando seus abaixo-assinados. Faria a entrega em papel? 
George.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

O protesto do rato


O narrador:

Chamaram o prefeito de rato

E ele não se importou

Chamaram o rato de prefeito

E ele se enforcou.

Os descendentes do rato

Aprenderam a lição

Protestam se estão sujeitos

À injusta comparação

E vão bater na telinha

Pra exigir retratação.


O rato:

Eu não sou problema não,

Que eu vivo de muito pouco

Um queijinho parmesão,

Um pão, um resto de sopa.

Se é assim desse jeito,

Exijo reparação

Não me comparem a prefeitos

Dos que roem a verba pública

Senadores ou sujeitos

Que enxovalham a república.


George Alberto de Aguiar Coelho

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Santos do pau oco

Corre uma lista na internet onde a turba tucana quer dá uma de santo e se diz indignada com a eleição do senador Renan Calheiros pra presidência do Senado. Dá vontade de rir, que inocente no Senado é coisa de estória da carochinha ou da Velhinha de Taubaté, personagem eternamente crédula criada pelo escritor Luis Fernando Veríssimo. Santo ali? Só se for santo do pau-oco. Em verdade, essa lista da internet é uma tremenda furada. 

Primeiro, porque o voto foi secreto; ninguém sabe, por inteiro, quem votou em quem; tanto é assim que os votos, no hoje execrado senador Renan Calheiros, ultrapassaram em muito as previsões. Houve negociatas às pampas pra ocupação dos cargos do Senado, secretarias etc. E os tucanos estavam também lá na fuzarca, sem que os seus  tuxauas nada obstassem. 

Segundo, porque, tirante uns senadores como Randolfo Rodrigues (PSOL), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Cristovam Buarque (PDT-DF), Pedro Simon (PMDB) e o outro candidato Pedro Taques (PDT-MT); sem falar dos quatro senadores do PSB, liderados pelo governador de Pernambuco, que juram ter votado contra o Renan e só um consta na tal lista. Pois bem, pro restante das Excelências, se não esqueço alguém mais, sobra duvidas pra caramba de como votaram e quais foram seus reais interesses, que pouco senador ali merece confiança de dizer que votou, não por interesse próprio, mas pra moralização da casa. 

Terceiro, porque essa turma do PSDB, que quer dar uma de santo no pardieiro, santo do pau-oco, pelos números da votação, furou feio votando, eles mesmos, no Renan Calheiros, com a conivência, como já disse, dos caciques do partido que podiam facilmente ter dado um breque na festança, não fosse seus próprios interesses e conveniências.

Quarto, porque um dos que estão na lista, Flexa Ribeiro, do PSDB, vai ser o prefeito do  Senado com um orçamento estratosférico de R$ 3,5 bi com direito a um escambau de grana e coisas pra gerir. A prefeitura do Senado, cargo que caiu no colo tucano, por acordos de bastidores com Sarney e Renan, trará ao senador tucano e portanto ao seu partido, segundo artigo da revista Veja: 

"... em suas mãos passarão decisões sobre orçamento, uso de apartamentos funcionais, nomeações e demissões de servidores e deliberações sobre as vultosas licitações." 

Diga-se, por outro lado, por uma questão mínima de coerência, que se o Senador do PMDB Renan não devesse ocupar a cabeça do Senado, e até se pede o seu impeachment, pela razão de ser investigado pelo MPF e com processo no STF, por iguais razões, também não poderia ocupar o cargo de Prefeito de um orçamento de R$ 3,5 bi o Senador Flexa Ribeiro (PSDB), e também deveria se pedir o mesmo impeachment do senador tucano, pois está cercado de denúncias, como se pode deduzir do excerto de reportagem da mesma revista Veja que transcrevo:

"Flexa Ribeiro responde a processo no STF por suspeitas de que a empreiteira Engeplan, que pertenceu ao parlamentar e era contratada do governo do Pará, tenha bancado ilegalmente a campanha de candidatos do PSDB nas eleições de 2002. O processo está nas mãos do ministro Celso de Mello, decano da corte. A notícia-crime que serve de base para o inquérito em tramitação no tribunal aponta que a Polícia Federal chegou a recolher na Engeplan 20.000 cestas básicas que seriam utilizadas para a compra de votos. O documento registra ainda que contratos da empreiteira com o governo do Pará serviriam para desviar recursos públicos... Fortes indícios apontam para comprovar que a empresa seria usada para desviar recursos públicos, com a lavagem de recursos em benefícios de candidatos”, diz trecho da notícia-crime. Também contra Flexa Ribeiro, agora o “prefeito” do Senado, pesam acusações de ter utilizado recursos da verba indenizatória para pagar aluguel à mesma construtora Engeplan. Oficialmente, o senador deixou o comando da empreiteira em 2004, mas ainda detém 7,7 milhões de reais em "crédito decorrente de alienação" da empresa, conforme sua prestação de contas à Justiça Eleitoral. Flexa Ribeiro ainda respondeu a outro processo do STF por fraudes em licitação. Ele chegou a ser preso em 2004 pela Polícia Federal durante a Operação Pororoca sob a acusação de integrar uma quadrilha que fraudava licitações para obras públicas no estado do Amapá. O caso, no entanto, foi arquivado no Supremo Tribunal Federal (STF) por falta de provas." 

Quinto, porque no sistema político brasileiro, seja qual for o partido que tenha como filiado o chefe do executivo, este está atado de nó cego ao legislativo. Hoje, o legislativo (câmara federal e senado) está dominado pelo PMDB, que sempre se prestou a esse papel, como também o fez o antigo PFL, que eles são políticos profissionais de vera da política da Oração de São Francisco: "é dando que se recebe". O partido que quiser chegar ao poder têm de pedir a benção ao PMDB. Essa forma de atuar dos políticos brasileiros, não é de hoje, vem de longe, muito longe. No governo do tucano FHC, por exemplo, tomou-se a benção ao PFL do Toninho Malvadeza (ACM) pra fazer a privataria etc. ACM, "não mais que de repente", tornou-se Toninho Ternura, pra depois renunciar por suspeita de violação ao painel de votos. E não me será surpresa se amanhã o PMDB roer a aliança de pretensos interesses com o PT e se bandear pro lado tucano. Renan então se tornará Renan Ternura.

Notas:
1. Tirante minha opinião, os excertos que publiquei acima não são meus, não. São, sim, de uma revista que os tucanos, via de regra, tomam como o supra-sumo da verdade: a revista Veja. 
2. Votei na internet pelo impeachment do presidente do senado, que é do PMDB. Quero votar também, e pelas mesmas razões, no impeachment do prefeito do senado, que é do PSDB. Quede a lista, gente boa? 

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/prefeito-do-senado-enfrenta-processo-no-stf



George Alberto

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Acabou com o Brasil. Vai acabar com o inferno.

Se existe inferno, como a bíblia tem cuidado,
Onde  todos os malvados se encontrarão,
Numa sala ampla, Senado, escrito em tição,
E senador de terno, gravata, chifre e rabo.
Num dia de eleição como foi o de agora,
Discursos, uivos, gritos, vaias, chegou a hora
De apurar o vencedor do resultado interno.
Entre chamas quentes, vê-se um velho salafrário
Passando a faixa escrita, um quase obituário:
“Acabou  com o Brasil. Vai acabar com o inferno.”

George Coelho