segunda-feira, 16 de março de 2015

Fazendo contas (sobre os protestos deste domingo) - Davis e George

Davis,
Li notícia no Whatsapp.  Na Aldeia-Aldeota e Beira-Mar, prédios piscavam e panelas de inox tilintavam. A gente sabe de vera copiar nossos hermanos argentinos: manifestações, golpes... E, de sobra, damos um toque sofisticado à harmonia sintonizando o pisca-pisca e a batida panelal ao plim plim democrático do sóbrio Bonner. Mas senti deveras falta de notícias de casa piscando ou panela barulhando no Bom Jardim, ou no Montese.
Soube também que, em São Paulo, muitos apartamentos de Moema piscavam e barulhavam panelas; outros, nos Jardins. Mas senti falta de protestos significativos dos 1% no Brás ou mesmo na Vila Mariana... nem vou falar na periferia, essa não tem a graça de Pinheiros.
E na Paulista, uma society, no frio do agito, deixou os seios ao descoberto dos pingos da garoa. E, de fora, os dois furiosos mamilos, o direito e o esquerdo,  saltitavam destemidos e belos um fora Dilma. E a society, cheia de graça, mais a coragem nos peitos, galhardamente enfrentava à sua volta à polícia, espiona no olhar, do impoluto Alckmim. E o gesto replicado dos anos 60 dos peitos da moça parecia vindo de um Woodstock Brasil 2015 pleno, não de Hippies em protesto contra a guerra do Vietnam, mas de Yuppies implorando a volta dos militares.
Já no metrô paulista, esquecidos das denúncias feitas de fora pra dentro pelos Ministérios Públicos da Suiça e França, jovens saiam de dentro pra fora e juntavam-se aos 1% das bandeiras verde-amarelas  empunhadas pelos neo-nacionalistas. Ah! Novos caras-pintadas da Paulista, sejam bem vindos ao 31, digo 15 de março.
Enquanto isso, Levy, ministro do agrado pleno dos donos da bufunfa, falava como chefe maior do executivo e pedia apoio dos 1%, ou seja, a grande maioria da população brasileira, para o ajuste no lombo dos outros 99%. 
No resumo: ou mais dá, ou logo mais desce, diria, fagueira e sem frescuras, a banca à patuléia.
George


Fazendo contas (sobre os protestos deste domingo)

Manchetes estampam que 20 mil Fortalezenses "foram às ruas" protestar contra nossa PresidentA Dilma.

Ora, somos aproximadamente 2 milhões, então: os que  
"foram às ruas" representam apenas 1% (hum por cento).

Em nível nacional, dizem as Manchetes que: os que 
"foram às ruas" somam 2 milhões.

Somos  200 milhões de brasileiros, então: não mais que 
1% (hum por cento) "foram às ruas".
Por dedução, 99% (noventa e nove por cento) dos brasileiros ainda não perderam a ESPERANÇA!!!

A manchete bem que poderia ser essa, não?

Abraços,
        Davis Macedo.

Um comentário:

  1. Excelente texto. Melhor ainda saber que você está de volta ao batente. Abraço.

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