A Globo trata o afogamento com morte do grande ator, Domingos Montagner, como fatalidade. Discordo. Não teria sido um acidente de trabalho, mesmo que se se considerasse terem os atores já terminado o trabalho proposto?
Ora, imagine um operário entrando na obra que trabalha num domingo, sem o uso de equipamento de segurança e sem ser impedido ou instruído previamente de não o fazer e que esse operário se acidentasse. Seria fatalidade o infausto acontecido? Não e não. Faltou orientação, vigilância e equipamentos de segurança ao caso.
No caso do afogamento de Montagner, poderia se cobrar, de autoridades, placas de sinalização, inexistentes em um local perigoso e de acesso público. Sim. Mas de uma emissora rica como a Globo deveria se cobrar também instruções, proteção, vigilância a seus trabalhadores encenando em um local perigoso informá-los dos perigos, preveni-los e, até mesmo puni-los em caso de desobediência, como se faz, por exemplo, a um operário da construção civil que se recuse a usar equipamentos de segurança.
Assim atribuir o fato a uma fatalidade é de uma singeleza pueril. O Brasil prima pela primariedade e falta de visão dos seus donos, levando de roldão valores maiores da sociedade brasileira perdidos de forma ingênua, gratuita, primária, como ocorreu no triste caso.
George Alberto de Aguiar Coelho
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