terça-feira, 11 de abril de 2017

Os Professores Josué e Miguel, o cursinho do Castelo e Faner

O notável Dr. Josué, hoje falecido, foi meu professor no cursinho do Castelo Branco, que funcionava num casarão ainda hoje existente na avenida Dom Manuel, esquina com Costa Barros, do lado do sol.

Quem comandava o cursinho era o rouco, gordo e entusiástico professor Américo. Américo era engenheiro, não bem visto pela "Revolução de 1964", mas corajoso agrupava no curso professores que eram meio assim subversivos.

Um deles era o Professor Miguel que lecionava Química e tinha sido preso acusado de criar células subversivas de camponeses no interior. A palavra que mais os da "Revolução" gostavam de pronunciar era "subversivo". Mal comparando é cono hoje gostam e entram quase em orgasmo pronunciado ao falarem as palavras "vagabundo" ou "petralha".

O professor Miguel tinha um hábito, não tão incomum nos mestres de então, de explicar os orbitais s, sp, ... coçando os possuídos internos à sua vestimenta rigorosamente branca. Branca a camisa, branca as calças, brancos todos os fios dos cabelos e bigodes. Tudo branco.

Pois bem, eu falava do Professor Josué que eu sabia fazia o curso de Física na UFC, sem que eu soubesse então o que fazia alguém que fazia Física. E o que eu notei nele na época era um entusiasmo de menino. Numa das suas aulas, disse que vinha num ônibus e alguém foi subir e próximo ao metal da maçaneta levou leve descarga eletrostática destas que aluno ver de forma mais pronunciada nos Van der Graff. E ele, vendo aquilo, ficava indignado por não ter o cidadão comum brasileiro o conhecimento de física para explicar o corriqueiro fato, comum em períodos secos e bem demonstrado no livro de Física de então, o Blackwood.

Assim como se admirava um colega de então que caminhava comigo do cursinho do Castelo até pegar o ônibus no Parque das Crianças. No percurso, me disse uma vez o colega + ou - assim: George, ontem fui a um show do Roberto Carlos e me espantei. O homem cantando pra caramba e pouca gente o aplaudia. Não fico mais aqui.

O colega era o cantor Fagner que se mandou pra UNB cursar aquitetura, desistiu e acabou escrevendo, com Belchior, Mucuripe.

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