Há 50 anos morria, de morte matada, o presidente
americano John Kennedy. Na época, correu no Ceará uma conversa de que Kennedy faltou pouco pra nos visitar. Viria
prum batizado (Kennedy era católico de origem irlandesa). Desgraçadamente, o mataram. Passaram-se mais 49 anos até que um presidente americano chegasse no Ceará. E quem acabou passeando, por
primeiro, os gringos olhos azuis nos verdes mares alencarinos foi Bill Clinton, em 27.08.2012.
Bill veio palestrar na Terra da Luz.
Kennedy brigara com os charutos acesos do Fidel: apoiara a fracassada invasão de Cuba pela Baía dos Porcos. Fez conta de umas poucas ogivas soviéticas postas na ilha. Luta diplomática feia que quase leva o mundo a um conflito nuclear. Já Clinton, dizem as más bocas, era apreciador dos charutos do Fidel. Não sei se sua estagiária, que quase o levou ao Impeachment, apreciava charutos também. Nem se Clinton a indagou sobre isso. E se deu que a palestra de Clinton em Fortaleza confirmou o já sabido. O sol do Ceará, embora forte demais pra produzir charutos cubanos, e o vento são de levantar pelos ares saia de mulher distraída. No mais, $ no bolso, que o sacrifício e a história de respeito do homem dão respaldo a sua Fundação. Mas respeito carente ainda de deixar passar
Bill ileso de apelido. Não se perdeu a viagem pro Ceará e o homem ganhou alcunha de Bill
Clitoris.
Kennedy brigara com os charutos acesos do Fidel: apoiara a fracassada invasão de Cuba pela Baía dos Porcos. Fez conta de umas poucas ogivas soviéticas postas na ilha. Luta diplomática feia que quase leva o mundo a um conflito nuclear. Já Clinton, dizem as más bocas, era apreciador dos charutos do Fidel. Não sei se sua estagiária, que quase o levou ao Impeachment, apreciava charutos também. Nem se Clinton a indagou sobre isso. E se deu que a palestra de Clinton em Fortaleza confirmou o já sabido. O sol do Ceará, embora forte demais pra produzir charutos cubanos, e o vento são de levantar pelos ares saia de mulher distraída. No mais, $ no bolso, que o sacrifício e a história de respeito do homem dão respaldo a sua Fundação.
Mas vamos de volta ao motivo do presente leriado: a visita, que não se deu, de John Kennedy ao Ceará. De vera, nem prometida foi. Promessa de visita quem
tinha mesmo era nosso vizinho estado, Rio Grande do Norte. Então que a estória não se dera no
Ceará, mas em terras potiguares. Pelo bem, pelo não, na falta de comprovante de autoria
autenticado em cartório, vamos falsear o nome dos personagens principais e lugar da ação: Zabelê, Zefa, João
Quenedi e Icó.
Zabelê
e Zefa eram casados em igreja de padre e moravam no Icó, cidade do sertão cearense assemelhada aos Estados Unidos, pois tem tradição passada de brigas de bacamarte, cacete, facão e
foice. Talvez por isso um dia declarou-se república soberana do Icó, inclusive
com ministério da marinha, igual a Bolívia. Zabelê e Zefa, icoenses da gema, tinham
um filho por batizar, João Quenedi. A gente do Icó recebia o leite do FISI, um
programa de distribuição de leite em pó da Aliança para o Progresso, patrocínio da USAID - Agência para o Desenvolvimento Internacional. Propaganda americana frente à ameaça vermelha do Kruschev; arenga da CIA com a KGB. De
sobra, com o leite, veio junto o simpático presidente americano John Kennedy e, no seguinte, o nome do filho de Zabelê e Zefa: o desmamado Quenedim.
De tanta admiração de Zabelê e Zefa pelo
casal Kennedy, Zabelê não ficou satisfeito em apenas dar o nome de João Quenedi ao filho. Inventou mais de convidar os Kennedys pra serem compadres no
batizado do Quenedim. A cerimônia seria na igreja matriz do Icó. Zabelê
contou pra mulher a intenção e Dona Zefa se arreliou. Tu é doido é, ôme de Deus?
Seu Kennedy lá tem tempo pra vir por essas bandas! Mas Zabelê não
arredava o pé. Ora Zefa, é véspera de eleição, o homem arruma tempo e vem aqui,
quer apostar? Sei não, Zabelê, mas bem que a gente podia mandar uma cartinha
convidando eles pro batistério. Dona Matilde tem a letra bonita e pode fazer
isso pela gente.
E se deu
que Dona Matilde se informou do endereço da Casa Branca
e, numa caligrafia caprichada, convidou o casal pra ser padrinho do João Quenedi
do Icó. Surpresa não foi que dias depois Zabelê recebeu
resposta do Consulado Americano. Na missiva, o Presidente dos Estados Unidos e
Primeira Dama contava se sentiam muito
honrados com o convite pra cerimônia de batismo do futuro afilhado, mas que eram muitos os afazeres do ofício da Casa Branca. O Presidente e a Primeira Dama não
poderiam comparecer, mas autorizavam Zabelê e Zefa a chamar
uma autoridade local para representá-los no evento de compadrio. O representante escolhido por Zabelê foi o Prefeito Raimundo que cumpriu na festa
de batismo, com extremo zelo, o procuratório recebido.
Passou pouco tempo e se deu o infausto
acontecimento do assassinato do presidente americano. Zabelê quase cai pra trás
quando soube. Morrera pra ele uma pessoa muito especial da
família. Saiu pra casa arrasado, pensando como ia dizer a notícia desgraçosa
pra esposa. Zefa, você num sabe, mulher... Sei Zabelê. Meu coração tá soluçando
de dor com a morte do Compadre Kennedy, que ele não merecia uma desgraça
dessas, homem de Deus. Oh gente infeliz é matador de aluguel! Vou vestir luto por mais de ano. Mas eu queria mesmo era agora tá junto da Comadre
Jacqueline; dar um conforto pra ela. Zabelê. Será que Raimundo Prefeito arruma passagem pra nós ir pro velório do Compadre?
John Fitzgerald Kennedy (Brookline, 29 de maio de 1917 — Dallas, 22 de novembro de 1963)
Fonte com a história provavelmente verdadeira, que a minha está romanceada.
http://gazetaweb.globo.com/gazetadealagoas/imprimir.php?c=138445
Fonte com a história provavelmente verdadeira, que a minha está romanceada.
http://gazetaweb.globo.com/gazetadealagoas/imprimir.php?c=138445
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