Não vou à passeata do dia 13 pelo motivo que exponho abaixo.
Fui aprovado em concurso público para professor efetivo da “antiga” Escola Técnica Federal do Ceará, em 1994. Em 1996, ingressei para lecionar na tão “sonhada escola”, em que já tinha sido aluno e filho de professores. Iniciei minha atividade docente na metade do governo FHC. Na época, o orçamento anual da Escola já tinha sido reduzido à metade do montante orçamentário anual do início do governo PSDB. Presenciei uma gestão escolar preocupada com o baixo orçamento, com dificuldades em conseguir pagar contas básicas, com água, energia e telefone. Vivenciei uma escola agonizante, sem investimentos, com dois de seus três “campi” (Cedro e Juazeiro) de “portas fechadas” por falta de recursos. Vi minha “Escola” perdendo sua autonomia, tendo que se sujeitar a reformas na grade curricular para ganhar algumas migalhas orçamentárias. Para conseguirmos construir um bloco de salas de aula, tivemos que fazer uma parceria com a empresa LG, pois o governo FHC sempre nos negava recursos. Lembro-me que para equipar nossos laboratórios, realizamos um convênio com a CHESF para oferecer capacitação para seus funcionários. Contratar professores era uma missão “hercúlea”, pois os concursos públicos eram barrados por medidas provisórias. Nossa instituição passava por um plano de sucateamento que jamais poderia imaginar, capitaneado por um presidente sociólogo, doutor, e professor universitário aposentado de uma das mais renomadas universidades públicas, a USP. Foi difícil de entender e aceitar tudo aquilo.
Professor Paulo Araújo
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