O Congresso nesse momento espelha o Brasil. Muitos dos que votaram "sim", assim o fizeram pensando em suas bases eleitorais.
País predominantemente conservador, preconceituoso e com uma crescente onda medieval de origem religiosa. A maioria da população apoia o que está acontecendo.
Existe uma esquerda progressista? Existe. Mas essa mesma com uma leitura fragmentada e esquecendo as grandes causas muitas vezes não hesitou em apedrejar a presidente da república pelas concessões advindas da necessidade em conversar com esse congresso.
Congresso que muitos estão apenas hoje conhecendo. Estarrecidos? No cenário que se construía, apedrejar a presidente era um favor concedido à essa direita que anseia por dominar o país.
Pedras são pedras e críticas são críticas. São sujeitos de dimensões distintas. O linchado morre não com uma pedra mas com o conjunto delas. Não espero que os linchadores, sejam os da direita, os da esquerda, como também àqueles que jogaram pedras das nuvens, assumam agora suas responsabilidades.
A política não tem sido uma esfera da hombridade. O que estamos assistindo é apenas o vetor resultante dos comportamentos das ruas. Das redes sociais. Da sociedade brasileira. Em toda seu horror, mediocridade e medievalidade! Lembrem-se das conversas que tiveram nas redes sociais, nos ônibus, no futebol, nas universidades, com alunos e ruas.
Estamos com vergonha do congresso? Tenhamos vergonha de nós mesmos. Jogaste pedra na honrada presidente Dilma Rousseff durante todos estes anos com uma leitura limitada das grandes causas nacionais? Ganharás um novo presidente.
Há muito deixei a complacência com o povo brasileiro. Classes inteiras como OAB e entidades médicas... A presidente Dilma definitivamente não espelha a sociedade brasileira em seu vetor resultante neste momento. Teremos um presidente que melhor a espelha. Nesse e somente nesse sentido, a democracia se fez hoje e provavelmente se fará nas semanas vindouras.
Quanto às minorias progressistas...Não sei de onde tiraremos forças para continuar a caminhada em um país que sofre um golpe de estado em pleno século XXI. Em 64 tínhamos uma desculpa. Havia um forte conluio internacional. Esse conluio também existe hoje. Entretanto, hoje não seria tão condescendente.
Quando li a primeira biografia, aos 16 anos, nunca imaginava quão profunda e difícil seria por em prática àquela singela frase "Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura...". Mais fácil nos apegarmos aos fatos.
Brasileiros, reconheçamos a autoria do país que estamos construindo!
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