Seu
Dotô tome tenência
De
mexer com esse povo
O
Sinhô é muito novo
E
lhe falta experência.
Um
adjutório vou dar
Pra
que o Sinhô se encaminhe
E
não mais se descaminhe
Pro
falta de boa crença.
Ói,
o povo assim é
Até
aguenta o mal feito
Mas
não de quem o direito
Fez
juramento de fé.
O
Sinhô com sua coié
Em
toda hora foi justo?
Se
trata bem os Augusto,
Pro
que briga com a muié?
Que
o Sinhô tem contra ela?
Que
encontrou de errado?
Qual
é dela o pecado,
Pra
toda essa querela?
Vosmecê
acha pouco
O
povo tê-la elegido,
Feito
mio escoído,
Tantos
votos dos cabôco?
Ou
é dos que assim pensa
Que
gente lá do sertão
Basta
só dar circo e pão
Que
aceita quarquér ofensa?
Se
for assim, pensa torto
Povo não é que nem gado
Que
se tange enganado
No meio de alvorôço.
Ói...
Ele sabe o que quer
Vê
roubo noite e de dia
De
santo de sacristia,
Mas
nenhum fez a muié.
Não
me importa se o Senhor
É
juiz, policiá,
Ministro
de tribuná,
Se
é Gilmar, Moro, Janôt.
Tudo
na conta do povo
Que
lhe provêm o sustento
Não
rasgue seu juramento
Porque o povo não é bobo.
George
Alberto de Aguiar Coelho
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