Certo ano, deve ter sido por volta de 1925, meus avós, Raimundo Inácio de Aguiar e Maria Elias França de Aguiar, voltaram do Amazonas e se arrancharam nas brenhas do Pihauy, onde compraram e se apossaram de muita terra quente de pedra, areia e carnaubeira.
Minha mãe, Aldenora, nasceu em 1920, no lugarejo onde hoje é a cidade de Feijó, no Acre. Nas cercanias da foz do rio Envira, tinha um barracão de irmãos de meu avô e ele, por ali, foi seringueiro.
Quando veio do Amazonas, trazida pelos meus avós, acompanhada do filho mais velho, Epaminondas, mamãe era menina. Minha avó voltava grávida, sacolejando enjoada na viagem de barco. Logo depois da viagem, deu a luz a um outro filho, Gerardo, num lugarejo Trapiá, perto do Aprazível, próximo a Sobral.
Meu avô devia de ser amigo de um sujeito rico de Sobral que tinha um casarão de três pavimentos à margem da BR 222, próximo ao riacho Sabonete, à esquerda de quem vai de Sobral pra Forquilha, ainda hoje muito bem conservado. Meu amigo, Zé Ivo do Sobral, conhece bem o casarão, embora me tenha dito que nunca adentrou nele, como o fiz, abismado uma vez, mais minha irmã, Sonia.
Pois bem, meu avô dizia que se inspirou naquele casarão pra edificar, em 1948, a casa grande sede da Fazenda Belmonte, sitiada no carnaubal que lhe falei. Até uma cachacinha ele fazia no alambique que tinha no armazém da frente, aproveitando a frescura das terras da revença do açude que construiu.
A cachaça Indiana tinha rótulo bonito e gosto forte de queimar a goela de sujeito inexperiente no trato. Ainda tomei umas bicadas da Indiana, garrafa oferecida de bom gosto por Antonio, filho do Seu Aureliano, amigo de meu avô, em Piripiri, Piauí, com Lincoln do Araxá das Minas Gerais, esposo da minha tia Walda, quando do sétimo dia de falecimento de minha avó, dona Mocinha.
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