segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Festas da Fortaleza Bela

Não votei em nenhum dos dois afilhados políticos, candidatos a prefeito de Fortaleza. Mas por me admirar do que as paixões e interesses fazem com os pensamentos soltos e as palavras escritas, não posso deixar de comentar a notícia saudosa do jornal. As festas da Loura eram mesmas do papouco, não se pode negar. Talvez mais animadas do que os bailes do império brasileiro prestes ao soçobro provocado pela nova ordem republicana. Dificilmente serão repetidas tais festas, pelo menos no mesmo ou menor preço. Explico melhor indicando por obviedade os padrinhos dos dois candidatos mencionados.

Quando a dama vermelha da Fortaleza Bela trouxe o Caetano, seu violão e o insólito banquinho, e gastou no ato setecentas e poucas mil pilas, a imprensa e parte da população torcedora do partido azul, com muita razão, caíram de pau: que era um absurdo tanta gastança do erário e não sei o quê mais. Porém, chega depois o governador do Estado e entrega, só de cachê, três milhões de dinheiro ao tenor Plácido Domingues, em baile dirigido a seletos convidados particulares, entre trajes de gala e sorrisos esvoaçantes de gatas borralheiras, aí pouca gente fala.

Uma análise sociológica rala diria que, no sonho de caboclos que somos, pois descendemos de muitas tribos indígenas como Cariris, Crateús, Paupinas, Tabajaras, Parangabas, Tremembés, Caucaias, Tocarijús etc., ainda restou um desejo subjacente de ter inapagável em nós uma nesga de sangue dominante europeu. 

George Alberto de Aguiar Coelho

Mote:
http://www.opovo.com.br/app/opovo/politica/2012/11/03/noticiasjornalpolitica,2947839/o-futuro-das-grandes-festas.shtml






Nenhum comentário:

Postar um comentário