segunda-feira, 17 de junho de 2013

Boicote à Copa do Mundo

Beleza mesmo a democracia. O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, dizia antes que organizar uma copa do mundo de futebol em países não democráticos é osso. Que a próxima copa na Rússia de Putin vai ser moleza. Concordo com o secretário. Vi a Argentina ganhar na marra uma copa do mundo, a de 1978, com a mão de ferro sanguinária do ditador Jorge Rafael Videla. Por lá, além do suborno ao time do Peru, que perdeu de seis pros hermanos, eliminando por tabela o Brasil, tudo correu bem pra Argentina. Até "subversivos" do Uruguai, com promessa de serem jogados no mar por aviões portenhos, serviram de moeda de troca nos jogos, na chamada Operação Condor.

Já no Brasil de hoje, a Copa do Mundo emperra com os movimentos populares. Mas quem é contra a Copa do Mundo no Brasil, não deveria ir a estádios durante os jogos. É incoerente ser contra uma coisa supérflua, desnecessária,  de que não gosta e participar dela. Boicote é o caminho mais certo, mesmo porque o povo, na acepção da palavra composto pela grande maioria da população, não tem dinheiro pra pagar ingressos tão caros. Este povo já não iria assistir nos estádios a Copa. Quem está indo aos jogos são as elites econômicas do Brasil que, não se cansam de chorar, mas choram de barriga cheia. 

Além disso, se se fizesse o boicote, este atingiria emblematicamente figurinhas que, algumas delas, estão sentadas no poder desde a ditadura de 1964; Por exemplo, o Sr. José Marin, presidente da CBF; atingiria também, por tabela, o presidente do comitê olímpico, Sr. Guzman. Esta Fifa, como o citado comitê, aliás cheia de armações e figuras pra lá de suspeitas, que passaram longuíssimas datas na sua direção, como o Sr. João Havelange, sogro doutra figura ¨impoluta¨ do tapetão futebolístico Ricardo Teixeira. 

Sim, se é pra boicotar a Copa do Mundo, não se vá aos estádios. Boicote-se os patrocinadores que proibiram o acarajé apimentado da Bahia ser vendido pelas baianas perto dos estádios. Boicote-se os fabricantes de bebidas, que fizeram com que a lei fosse trocada durante a Copa pra auferirem lucros. Boicote-se a mídia televisiva, que ilude diariamente seus telespectadores com estórias da carochinha. Com o boicote, mandaria-se uma mensagem pro mundo: o Brasil não se submete aos mandos da Fifa, ou de outras organizações internacionais. O Brasil gosta de futebol, mas não gosta de como os dirigentes deste esporte procedem.

Ainda com isso, estaríamos dando os primeiros passos no controle das rédeas da nação, comandada hoje por políticos de partidos de diversos, a maioria deles se passando por santo do pau oco, que só pensam em si e não no Brasil. 

George AA Coelho.

2 comentários:

  1. E cadê o o teu guru, o Lula, que não aparece prá justificar perante aos manifestantes o que ele defendeu com unha$ e dente$?

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    1. Caro Wagner, você se enganou. Não tenho gurus, como não tenho religião, nem partidos políticos. Não acredito nisso. Posso ter preferências, mas essas não chegam ao ponto de me tornarem discípulos de partidos ou pessoas. Tenho até um time de futebol, o Fortaleza, para o qual torço ligeiramente, mas sem desesperos da época de menino. Não creio em pensamentos totalitários, isto é, o fulano é sempre do mau e o oposto do bem. Que capitalista não presta; ou comunista se alimenta de coração de menino. Nem que as pessoas tenham sempre de estar certas ou sempre estarem erradas. O mundo é multifacetado e multi-diversificado. Quanto ao seu desejo de saber a justificativa do Lula para a Copa, sugiro-lhe se dirigir ao mesmo.

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