O Senhor, nas boas aulas de françês suas, não falou dos romenos de Paris. Juro que se soubesse teria pegado também umas aulas de língua romena. Teria sido de grande valia as duas juntas. Os caras aproveitaram o furduço medonho do metrô encostaram em mim, e combinaram em voz alta como é que iam proceder a retirada da carteira que tava no meu bolso da frente da calça. Eu até que desconfiei dos olhares dos felas-da-gaita e do lero-lero deles. Só que não tive certeza, pois não sabia romeno. Mas se tivesse aprendido, desconfio que não teria como me livrar dos meliantes.
O metrô era vê uma lata de sardinhas. Eu cheio de pacotes nas duas mãos e a inocência na mente de brasileiro que nunca viu falar de batedor de carteiras, que isso no Brasil não existe de jeito nenhum. Eu só resmungava um Excuse-moi ou Pardon, mas os romenos parecem que não tiveram aula de francês, não. Gente boa, a gente via que não era. Aí na saída duma estação, os caras desceram juntos parelhando comigo. Foi um salve-se quem puder pra francês ver. Um me deu uma rasteira e um empurrão, o outro botou a mão nos meus possuídos. Romenosinhos da baixa da égua! Quase caía de beiço no chão.
E os romenos se mandaram numa velocidade igual a do TGV. Também quem manda os caras serem aprovados na Comunidade Europeia. E levaram meus documentos: umas carteiras de identificação, cartão de crédito, uma moedinha da sorte de 1 centavo e mais uns 30 reais, desvalorizados recentemente. Como eu cancelei vapt-vupt o cartão de crédito. Eles ficaram só com os reais que guardava. Iam fazer o que com eles?
Isso foi no sábado. Já no domingo fui fazer um tal "Recépissé de Déclaration" na Prefecture de Police. A diferença desse papel pro nosso BO (Boletim de Ocorrência) é que a moça que pegava a declaração era bem lindona. Beleza de loira. Já o BO dos franceses é igual ao nosso: não serve pra nada.
George Coelho
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