terça-feira, 22 de setembro de 2020

"É chegado o tempo da peste..." Shakspeare.

Numa casa minha, na Cidade dos Funcionários, soube que pessoas nos arredores reclamavam de dois Paus Brasis plantados por mim há 25 anos na calçada.

Sombreiam muito e podem esconder marginais, diziam, contudo, ao estacionarem os carros, escolhiam justamente as sombras das duas árvores e de mais dois sapotiseiros da mesma casa plantados na área interna do jardim. 

Num tristíssimo dia, visito a casa e  encontro as duas árvores decepadas. Como sempre - é o que ocorre hoje no Pantanal - não descobri o autor da barbárie. Peço pro inquilino sair e não planto mais as duas árvores para substituir as assassinadas.

Salvaram-se os dois sapotiseiros por estarem dentro do quintal, mas um pé de acerola, o inquilino disse que adoeceu e morreu da doença. Certamente também fazia sombras pra esconder marginais. 

Desfiz-me enfim do inquilino o mais rápido que pude, embora o desejo de decepá-lo só me tivesse passado pela minha cabeça nem de longe cristã. Porém a mesma distância não pude criar com a vizinhança.

"É chegado o tempo da peste quando loucos dirigem cegos." William Shakespeare, que teria nascido nos tempos da peste bubõnica, frase imortalizada no Rei Lear.

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