domingo, 30 de setembro de 2012

Vai pro brejo a liberdade de expressão


Com essas decisões judiciais, a liberdade de expressão vai pro brejo. Temos um grande instrumento de transparência pública que é a Internet, submetida a uma Justiça arcaica e cujas decisões tendem a manter o "status quo". Quem se submete a exercer uma função pública, o faz consciente de que suas ações serão questionadas. Ora se o acusado nada deve, é só se defender. Uma boa defesa coloca em ridículo a acusação. Não tem porque submeter um Google, Youtube, ou coisa que o valha, ao torniquete da Lei, quando se trata de liberdade de expressão. Nem aqui, nem nos USA, nem na Rússia, nem na China, nem em canto nenhum. Quem dá transparência aos governos e às administrações é a vigilância do povo. Sem liberdade de expressão, não há vigilância que resista, porque não basta vigiar é preciso proclamar o que se viu de errado na vigilância feita. Verdade é que o que é visto como errado, nem sempre o é. De outro lado, o mal feito é muito difícil de ser provado, a não ser que se comece a dar transparência aos atos. De tal sorte, que a transparência é o primeiro instrumento que deveria ser usado pra se mostrar ao administrador que ele está sob os olhos do povo. Quem não quer ser vigiado nos seus atos públicos (errados ou não), não vá ser político.
George Coelho.
Fonte:

sábado, 29 de setembro de 2012

Quem matou Khadafy?

Revoluções não são assim tão poéticas e justiceiras como se pode à primeira vista pensar. A da Líbia, por exemplo, até a Velhinha de Taubaté, personagem Luis Fernando Veríssimo, crédula de versões oficiais. Pois bem,  até a Velhinha de Taubaté sabia que Moammar Gheddafi (escrito em italiano, pra ficar igual a minha primeira  fonte abaixo) de terrorista temível, se tornara aliado meigo das nações ocidentais. O ditador líbio, por exemplo, perseguia as fôrças da Al Kaeda. 

Tanto era assim que Khadafy foi recebido pelo primeiro-ministro Berlusconi da Itália, tendo ali armado tenda, com tapete persa no gramado de palácios, e, dizem as más línguas, oferecido moças líbias pro sultão italiano cultivar seus instintos mais primários. Pra quem não sabe, Khadafy era um perverso maníaco sexual que misturava de forma doentia relações de sexo e poder. Sabe-se até, pelo diário encontrado entre os destroços do bunker do ditador líbio, que este cultivava uma simpatia afetiva, não correspondida claro, a Condoleezza Raissi, secretária de estado do governo Bush-filho. Quanto ao governo francês, Khadafy financiara a campanha do ex-primeiro-ministro francês e isso incomodava Sarkozy.

E por falar em ex-primeiro-ministro, vem um, desta feita do governo nacional transitório da Líbia, pós-Khadafi, Rami El Obeidi, que diz, mais ou menos assim: “Não foi um revolucionário que deu um tiro na testa de Khadafy e, sim, um agente infiltrado na turba, provavelmente um francês. “

Divaga-se sobre as motivações do assassinato, mas tem-se como provável o fato de que Muamar Khadafy,  vivo um arquivo perigosíssimo, tendo em vista as relações não ortodoxas mantidas com diversos regimes ocidentais que o cooptaram. Pois sim, Khadafy caíra na besteira de dizer a Sarkozy que contaria segredos.

E vem outra nova: quem entregou as posições geográficas de localização de Khadafi? O hoje tirano ditador da Síria, Bashar al Assad foi quem entregou o celular de Khadafy, a partir do qual descobriram seu paradeiro. E o fez com a promessa das forças ocidentais de que dariam fim as manifestações de insurgentes, na ocasião ainda no começo, mas que agora se transformaram em guerra civil na Líbia. Quem mandou Assad, igual a Khadafy, acreditar em promessa à toa?

George Coelho

Fonte:
https://apps.facebook.com/corrieresocial/esteri/12_settembre_29/gheddafi-morte-servizi-segreti-francesi-libia_155ed6f2-0a07-11e2-a442-48fbd27c0e44.shtml

http://elpais.com/elpais/2012/09/28/gente/1348849700_405675.html

sábado, 22 de setembro de 2012

Bandeiras Flamejantes

As bandeiras flamejantes
Tremulam bêbadas nas ruas
E as crianças quase nuas
Cheiram em latas, arfantes.
Como dizer aos infantes
Que o país tem futuro?
Quando a verdade, no duro,
Nada se enxerga adiante,
Pois se vota em farsantes,
Ou se atira no escuro.

George Alberto de Aguiar Coelho
Escrito em 02/08/2006

Intolerâncias


Fala-se muito da intolerância dos árabes. No aspecto religioso - refiro-me aos muçulmanos - concordo. São intolerantes. Mas, particularmente, penso que, por outro aspecto, eles são paradoxalmente muito tolerantes quando, por exemplo, foram, ao longo dos últimos 70 anos, explorados, subjugados e humilhados em sua própria terra e riqueza cultural e espoliados sem dó no muito do petróleo que têm. E creio até que a intolerância árabe atual seja explicada com o que sofreram no passado, sofrimento que ainda perdura hoje. Contudo, serão apenas eles árabes intolerantes? E os cristãos com suas cruéis cruzadas do passado, os dias de queimas de protestantes, perseguição aos ritos do Candomblé etc. não foram, ou são, também intolerantes, não? 

No caso do Brasil, por exemplo, acho que a sociedade brasileira progrediu demais nos aspectos de minorar as desigualdades e eliminar preconceitos burros, idiotas e maléficos contra grupos e raças. Mesmo havendo muita gente brasileira que ainda guarda vestígios fortes desta parte muito ruim do nosso passado, mesmo assim, evoluímos muito. Fomos os últimos da América Latina, e o Ceará com o herói Dragão do Mar foi o primeiro do Brasil, a libertar os escravos, é verdade. É verdade também que a libertação também se deu por motivos econômicos e por imposição inglesa. De tal forma, que, embora tardiamente o tenhamos feito quanto à escravatura, são bem vindas e necessárias a eliminação de todas as formas de discriminação da sociedade. 

Mas, voltando ao tema da intolerância, acho que o Brasil, sob determinados aspectos, ficou bastante intolerante quanto à liberdade de expressão. Criou-se a indústria da judicialização das besteiras. Por exemplo, se alguém diz que um fulano é mané-mago, toma processo nos couros. Se for baixo, apelido de tamborete de forró ficou no passado; orelha de abano, também; cabeça de bater sola, pra quem tem cabeça achatada; cururu de goteira, pra quem é corpulento; boca de biquara, mulher de beiços exageradamente pintados; vaqueta de espingarda, mulher alta e magra; caga-raiva, indivíduo aporrinhado; e se além da aporrinhação, o indivíduo for baixo, tatú enfezado, é de lascar! Já o CDF (Cú De Ferro), que servia pra discriminar os melhores estudantes, era nome feio e intimidador. Porém, depois do Bill Gates e Steve Jobs, CDF´s no trabalho e criatividade, virou distinção de grife. O fato é que, se o indivíduo falar mal hoje mais um pouco de outro, pode ser acusado de praticar bullying (palavra horrorosa inglesa). Exceções desse comportamento parece são as piadas de português e de loura burra que andam às soltas por aí pra quem quiser contá-las. 

Proibições? Chegamos ao cúmulo de querer proibir obras de escritores de vulto, como agora acontece com Monteiro Lobato. Não se leva em conta os aspectos históricos e culturais de quando foram escritas. Por exemplo, na época do Padre Vieira, ele um grande defensor dos índios, indígenas não eram considerados humanos. Então, diante do ambiente e época em que o Padre Viera vivia, não se pode querer que o jesuíta escrevesse com o pensamento politicamente correto de hoje. Assim, como não se pode querer que uma revista humorística francesa hoje em dia, como é o caso tratado na reportagem do link abaixo, faça piadas com todas as religiões e exclua, destas piadas, a muçulmana. Não tem cabimento. Isso é contra a liberdade de expressão.

De tal maneira que, da forma que vai, à semelhança do que fez a igreja católica no passado, vai-se acabar criando, em terras tupiniquins, um "Index Librorum Prohibitorum" dos interditos onde alguns ou muitos escritos de, por exemplo, Pe. Antônio Vieira, Gregório de Matos Guerra, Machado de Assis, Nelson Rodrigues, Leonardo Mota, Gustavo Barrosos seriam tarjados como impublicáveis. Vai-se também acabar inundando o judiciário, já paralisado hoje, com discussões de questiúnculas tão importantes como brigas de comadres o são. Vai-se, com o pretexto de acabar com a intolerância, replicar ou criar ainda mais intolerâncias. 

George AA Coelho

Fontes:
2. No Tempo do Lampião. Leonardo Mota..3a. Ed..p. 145 a 148. ABC Ed. , 2002

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Pesquisa: produtos transgênicos causam câncer em ratos


Olha aí no que dá a transgenia da Monsanto! Em poucos anos acabam com o estoque genético desenvolvido pela seleção natural. Com isso, provocam a extinção de espécies importantes pra alimentação humana, pois diante dos produtos dela, que não são outra coisa do que resistentes aos pesticidas desenvolvidos pela mesma empresa, os agricultores caem no conto da guardiã das sementes e se desestimulam a plantar sementes outras que não as genéticas preferindo pagar crescentes royalties. Sem falar do que tá na notícia do dia: câncer em ratos que consumiram produtos geneticamente modificados. Mas quem não os consome hoje tais produtos? Só vi um político bater o martelo contra tais produtos: Jaime Lerner, ex-governador do Paraná. Que lástima nos causa a classe de políticos brasileira! A agricultura brasileira sucumbir a uma só empresa manipuladora de gens
George Alberto de Aguiar Coelho

Fonte:

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Os diamantes do Putin

Mulheres gostam de diamantes? Pergunta mais besta! Seu Putin também sabe disso, que o sujeito é inteligente e tem bom gosto. E ele bem que teria muitos diamantes pra presentear  às "minas" rusas, ucranianas... Uns 1 000 000 000 000 em quilates, digamos assim. O "teria" lá de cima tem sua explicação, porque na realidade os diamantes disponíveis do presidente russo, que parece misturar as virtudes e defeitos de csares com as do ex-presidente Collor; pois bem, os diamantes da Rússia não servem pra bijouteria. São  diamantes duas vezes mais duros que os convencionais, pois são oriundos de uma enorme cratera formada pela colisão e explosão de um meteorito ocorrida há 35 milhões de anos, medindo o asteróide 62 milhas de diâmetro.

A descoberta destes diamantes se deu nos anos 1970 e, desde então, a notícia foi devidamente escondida, pois concorreriam com  as minas de diamantes da região de Yakoutie, no este da Sibéria. A notícia  só agora vazou pra imprensa, quando a agência TAR-TASS, comentou sobre os diamantes de Popigai. Embora também haja crateras com diamantes assim no México, Canadá e Africa do Sul, a cratera de Popigaï é a mais bem conservada, tem 35 milhões de anos e diâmetro duns 100 km.

Voltando ao Seu Putin, se ele quiser agradar o sexo frágil, embora sem poder usar os diamantes duros de Popigai, ainda  tem uma saída. É só vendê-los pra indústria petrolífera. Explico: pra furar rocha, só vai diamante duro, nesses casos então as brocas são incrustradas de diamantes. Brocas assim valem uma boa grana. A Petrobrás que o diga.

George Alberto de Aguiar Coelho.

Fontes:
http://www.csmonitor.com/World/Global-News/2012/0917/Russia-reveals-shiny-state-secret-It-s-awash-in-diamonds
http://bigbrowser.blog.lemonde.fr/2012/09/19/best-friends-les-milliards-de-diamants-secrets-de-la-russie/

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Sobrou um gelinho aí?


A coisa parece piorar no Artico. E, (quem sabe?) pode sobrar pra nós aqui no Equador, e também pros que habitam o Polo Sul. Ou não, como sustentam alguns, dentre eles o meu amigo Célio, conhecedor do assunto, pra quem, segundo entendi,  a terra se mantêm em equilíbio termodinâmico e o efeito estufa nem de longe se compara aos efeitos provocados pelos vulcões, estes sim responséveis por alterações climáticas substanciais.
O fato medido por régua é que o Ártico está perdendo gelo. Dizia-se que em 50 anos não sobraria gelo pra servir de jangada a urso polar. Contudo, o cientista Professor Peter Wadhams da Universidade Cambridge, conforme o artigo de 17.09.2012 do The Guardian, link abaixo, alertou hoje que a catástrofe é muito mais grave. Ou seja, não será daqui a  50 anos o final da era do gelo no Ártico e, sim, dentro dos próximos 4 anos.
O professor alerta também pra medidas urgentes se se quiser evitar a catástrofe. Dentre estas técnicas, as chamadas de geo-engenharia. Basicamente, consistem, na injeção de partículas no ar para diminuir o efeito da radiação solar no aquecimento global. Vai funcionar? Não se sabe, há muitas críticas de ambientalistas e cientistas dizendo que não.
De toda forma, sendo que em tudo o que é coisa ruim, sempre tem alguém que sai ganhando, as empresas petrolíferas exploradoras do petróleo no Alaska e proximidades, já devem estar sorridentes pela perspectiva de se abrir o Àrtico à navegação de suas sondas e navios petroleiros.
George AA Coelho

Fontes:

domingo, 16 de setembro de 2012

Frenemy

Diante da reação um pouco mais irada, digamos assim, de alguns países árabes às pretensas manifestações de laços de amizade americanas, estes últimos cunharam uma nova expressão - se quiser, é só conferir o link abaixo - para se referirem aos primeiros: "frenemy".

"Frenemy" uma sutil palavra que expressa, numa forma concisa e equilibrada, a semântica da palavra "amigo" (friend"), simultânea a da palavra "inimigo" (enemy). Se o facebook do seu Zucka quiser tornar o mundo virtual da rede mais próxima à realidade humana, bem que poderia incorporar a possibilidade de se adicionar "frenemys" da mesma forma que se adiciona "friends" a cada perfil. Esse comentário muito do besta que fiz é a propósito do texto abaixo: "Perdão aos 98 anos":
https://www.facebook.com/meionorte/posts/470941992938444

estória muito boa que me lembra outra, melhor ainda, que li no livro "O Mal-Estar da Civilização" de Freud. Estória que, pra não encompridar o leriado, deixo pra outra hora, se der vontade de contar.

George AA Coelho.

sábado, 15 de setembro de 2012

Monarquia e República

Leonardo Mota (1891-1948), o Leota, incomparável escritor cearense, num de seus livros, Sertão Alegre, conta a estória dum matuto incomodado com a convocação feita por um cabo eleitoral:

“- Vocês precisam se alistar! Nós precisamos meter o peito na política! Quem sabe se operários e trabalhadores, reunidos, não endireitam esta anarquizada República de bacharéis e de soldados?”

Saltou de lá um matuto:

“- Qual! Negóco de Gunverno pra mim é mesma coisa que criação de porco... A gente ricói um capado magro no chiqueiro. Bota um jacá de mío, de menhã; bota outro jacá a mei-dia; bota outro jacá à boca da noite: - de menhã, o chão tá limpo... O porco, vai comendo e vai engordando, vai engordando inté não pudê mais de gordo:  - os óio empápuçado, as oreia caída, bochechão estufado... Tá gordo, só qué dormir e roncá. A gente não precisa mais nem botá jacá de mio, basta uma espiguinha: - ele larga. Já comeu muito, tá gordo, tá enfarado... Esse é o imperadô! Mas, República?!... A gente ricói um, antes desse um engordá, sai e entra outro: - não hai mío que chegue!...”

George AA Coelho

Fonte:
Leonardo Mota. Sertão Alegre – Poesia e linguagem do sertão nordestino. ABC Ed. Fortaleza Ltda., 2002, p.77

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

carro < -- bike, patins, skate, transporte público, correndo

Se andando de bike, patins, skate, transporte público ou correndo chega-se mais rápido em pequenas distâncias ao centro de São Paulo, e assim por ilação a outros mais centros de cidades, por que então não se usa tais meios de transporte limpos, prazerosos, econômicos e saudáveis pra locomoção? Cultura? Mas essa pode ser mudada, se houver motivação do prazer lúdico, financeira e de saúde pública. Amsterdã vivia à força da fuligem dos carros, uma mudança de visão e administrativa transformou-a na acolhedora cidade das bicicletas. Limoeiro do Norte, no Ceará, Piracuruca e Teresina no Piauí, tinham os maiores índices de bicicleta por habitante do planeta e viviam bem obrigado sobre duas rodas. Com isso, seus habitantes eram magros de saúde. Hoje bicicletas foram substituídas por carros vazios e barulhentas motos. Esta última, principal responsável pelo crescente e incontrolável aumento nos acidentes deixando mortos e sobreviventes com sequelas graves, os quais encarecem sobremaneira o SUS. O fato é que o grande entrave pro uso individual do carro se chama segurança, a despeito dalguns levantarem também a questão do conforto. Pra esta última alegação, argumento que, pra quem pode pagar, os leitos de hospitais, geralmente ocupados de doenças provindas do sedentarismo ou do mau uso do corpo são ultra-confortáveis. Mas duvido quem de boa saúde física e mental queira ocupá-los? Quanto à segurança, há várias respostas do porquê das administrações municipais privilegiarem o carro. Por que o fazem? Pode ser por não quererem enfrentar à reação irada de motoristas dopados pela ira no volante, cuja mesma ira os leva a mais iras quando depositam os votos insanos nas urnas. Pode ser porque política deste viés vai contra o lobby da indústria automobilística e das motos. Pode ser por burrice, simplesmente. O resultado disso é que uma cidade que venta pra danar e é plana como Fortaleza o é, ninguém conseguir andar de bicicleta é de "lascar o cano" do automóvel. Uma cidade assim, que me desculpe, Dona Loura e a Assembleia de Vereadores, dispostos a discutir futrica da Mãe Chica, não é e nunca será uma Fortaleza Bela, e sim uma Fortaleza Fera.  

George AA Coelho

P.S. Justiça seja feita que a Prefeita andou construindo umas poucas ciclovias nos contornos da orla marítima.

Fonte:
http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,carro-so-nao-perde-para-homem-andando,930212,0.htm

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Médicos brasileiros

Médicos brasileiros, como são, em geral, competentes!
Num dia desses um operário passou por cirurgia melindrosíssima, que parece não lhe deixou sequelas, extraindo-se do cérebro dele um vergalhão de aço que o trespassava. Agora, a notícia é de outro operário que caiu de uma laje sobre também um vergalhão de aço, sendo trespassado dessa feita no pescoço. Outra vez, os médicos retiraram o vergalhão e, por enquanto, e espero que fique assim, o operário ficou também sem sequelas do acidente. 


Fonte:
http://noticias.bol.uol.com.br/folhaonline/sao-paulo/2012/09/12/outro-operario-e-ferido-com-vergalhao-no-rio.jhtm

Redução da mortalidade infantil

Fantástica redução da mortalidade infantil alcançou o Brasil. Segundo a notícia abaixo: "No caso do Brasil, a meta era de que as 58 mortes registradas para cada mil crianças em 1990 fossem reduzidas para 19 por grupo de mil em 2015. Mas, ao final de 2011, a taxa já era de 16 para cada mil crianças." O Brasil alcançou uma das cinco maiores reduções de mortalidade infantil do mundo. E ainda falam do SUS e do Bolsa-Família! O SUS é um programa fantástico pela abrangência, disseminação da saúde e treinamento na prática dos profissionais das áreas médicas. O Bolsa-Família tirou milhões da indigência e alavancou as economias interioranas. Hoje, por exemplo, vive-se uma das maiores secas já ocorridas no Nordeste e não se vê, por aqui, notícias de saque, nem de fome. Os dois, SUS e Bolsa-Família, têm defeitos, e muitos, mas tem qualidades e muitas, mas muitas mesmo. 
George AA Coelho

Fonte:
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,pais-atinge-antes-meta-de-mortalidade-infantil,929638,0.htm

Eleições na cidade de Hugo Napoleão no Piauí

O jornal piauiense 180graus fala de eleições na cidade de Hugo Napoleão no Piaui. E, a meu ver, troca as bolas, quando diz: "Subdistrito do município de Regeneração, a região de Lagoinha dos Mota (nome original, por conta de uma fazenda existente na área cujo proprietário chamava-se Dorotéo da Mota, no século 19), foi emancipada em 1963, mudando para Hugo Napoleão, numa homenagem dada um embaixador dos Estados Unidos casado com uma piauiense." Ora pelo que eu sei Hugo Napoleão só teria nascido nos Estados Unidos (há controvérsias!) e era filho de embaixador brasileiro. Foi então embaixador dos Estados Unidos? Nunca.
Mas o que me parece bem emblemático nesta reportagem são duas coisas. A primeira, o detestável costume de se trocar nomes originais de lugarejos ou cidades, os quais geralmente contam uma história do lugar. Trocam os nomes, por pura bajulação travestida em homenagem a políticos, com o agravante de muitos deles ainda estarem vivos. Só como exemplo, lembrei-me, aqui em Fortaleza, da Assembléia Legislativa Estadual, que funciona no Palácio Adauto Bezerra,  ex-governador ainda vivo que também é nome de colégio público. Lembrei-me do aeroporto de Salvador que pegou o nome do filho morto do Antonio Carlos Magalhães. Lembrei-me também de um fórum que vi em São Luis com o nome de Jose Sarney. E, voltando ao Piaui, de um edifício no centro de Teresina, onde funciona, ou funcionava, a justiça de família, edificio que tinha, ou tem, o nome do ex-governador Mão Santa. A coisa estava tão disparatada que se fez uma lei proibindo esse tipo de homenagem a viventes. A tal lei, parece, findou-se.

A segunda coisa que me chamou a atenção foi um município de 3771 habitantes  ter prefeito, câmara de vereadores, prédios públicos para atender a politicança, nomeados destes etc.

Essas coisas esdrúxulas não acontecem só no Piauí, no Nordeste, ocorrem no Brasil todo. De tal sorte que o gigante adormecido com o enorme peso inútil da política não pode pode se soerguer e ocupar o lugar de uma nação decente no mundo. Ora, não se respeita os nomes históricos de cidades e prédios por conta da bajulança política. Ora se esquarteja espaços territoriais, dividindo-os em municípios sem conta pra que se prolifere mais e mais estruturas políticas arcaicas e caríssimas, verdadeiros feudos medievais.

Eita Brasil, desse jeito vai não!

George Alberto de Aguiar Coelho 

Fonte:
http://180graus.com/politica/candidato-avisa-se-for-o-eleito-devera-trabalhar-num-sossego-559495.html

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Meias Verdades

Acrescentando às estratégias de manipulação do público, sintetizadas em 10 pelo linguista e pensador Noam Chomsky (vide resumo no primeiro link abaixo), eu adicionaria aquela tão comum na mídia nacional, e também estrangeira, de dizer a verdade pela metade, suprimindo a outra metade também verdadeira, mas que não   é de  interessa mostrar. 
Por exemplo, vendo há uns dias a rede de televisão americana CNN, falava a emissora das estratégias utilizadas pelos novos ditadores do mundo. Tais estratégias seriam diferentes das do passado de Mao, Idi Amin Dada, de ditadores da Libéria e da África em geral. Os novos ditadores, e aí a CNN dava como exemplos principais os da Síria, Coréia do Norte, China, Rússia e Venezuela, usavam a estratégia de sufocarem os movimentos populares no nascedouro; fiscalizarem as redes sociais com infiltrações constantes a favor do governo etc. 
Onde quero chegar? A mídia, no caso a CNN, pretensamente, em sua reportagem, estaria preocupada com a democracia no mundo? Ledo engano. 
Ora, caso a democracia, e com ela a verdade factual, fosse o alvo buscado pela rede de televisão, ela teria dito, por exemplo, que, embora fizesse reservas aos regimes da Rússia e Venezuela, os seus dirigentes foram eleitos pelo povo. Também caberia colocar, dentre as ditaduras mencionadas, outras importantes que foram omitidas no rol da emissora, governos que quando precisam são sanguinários, dentre as quais certamente deveria constar o  da Arábia Saudita, monarquia totalitária cujos príncipes lambem as botas do sistema dominante capitalista, representados, nas areias caudalosas de óleo dos desertos árabes,  por companhias petrolíferas americanas. Companhias que, através de seus prepostos no poder americano promoveram guerra contra o Iraque, sustentada em mentiras da existência de armas de destruição em massa supostamente possuídas pelo ditador Sadan Hussein. De tal forma, que suprimir que a Arábia Saudita é uma ditadura encapada na forma de reino feliz é mais uma forma de manipulação do público. A outra meia verdade escondida.
No caso brasileiro, dou um exemplo recente: o mensalão. Até a Velhinha de Taubaté, personagem  simpática e ingênua criada pelo escritor Luis Fernando Veríssimo, sabe que não houve apenas um mensalão. Pelo menos dois outros aconteceram, prática corrente de longa data. O mensalão petista está sendo severa e corretamente punido, em parte por grande pressão da mídia, cujo trombone faz passar, sem o ser, por opinião pública. Contudo, o outro mensalão, o tucano, foi posto de lado, enxotado pra Justiça de primeiro grau, por raciocínio que conflita com o usado no mensalão petista, julgado pelo STF. Como se ambos não guardassem a mais profunda semelhança! De tal maneira, que o mensalão tucano está fadado ao esquecimento e à prescrição nas prateleiras poeirentas da Justiça de primeiro grau, com o beneplácito da corte suprema.
Querem outro exemplo de omissão da mídia tupiniquim: o caso Daniel Dantas que, segundo a Operação Satiagraha, estaria umbilicalmente ligado à privataria tucana e ao mensalão. Após os dois julgamentos de habeas-corpus estranha e rapidamente concedidos por duas vezes por Gilmar Mendes. Pois bem, após a estrambótica medida protetiva, Daniel Dantas foi liberado e dorme em liberdade, em berço esplêndido.
E muitos outros fatos há que comprovam a falta de compromisso da mídia com a verdade por inteiro. De tal sorte, divulgando meias verdades, os meios de comunicação, geralmente familiares, manipulam diariamente o público quando contam um fato verdadeiro que lhes interessa e omitem outro fato verdadeiro, conectado ao primeiro, avesso à divulgação. 

George Alberto de Aguiar Coelho

Fontes:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=313029838795054&set=a.183865888378117.37349.183441948420511&type=1&theater
http://www.cartacapital.com.br/sociedade/o-retrato-do-pais/
http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/8954/53284.shtml.shtml

Aírton Monte

Faleceu em 10/09/2012, Aírton Monte. Não o conheci. Esclareço: pessoalmente não; mas de suas crônicas, sim. Sempre que lia o jornal O Povo, uma das partes minhas preferidas eram as crônicas de Airton Monte. Um psiquiatra que não tinha vergonha de chorar e mostrar suas fraquezas e amarguras, demasiadamente humanas. Airton sempre falava no pai - falecido há uns 3 anos - nas lições filosóficas de vida que aprendera dele. O Solar dos Montes, situado na Gentilândia sombreada de mangueiras frondosas, era o palco preferido de suas recordações. Nos seus escritos no jornal O Povo, Airton dava verdadeiras aulas da psicologia humana e do contemplativo viver o essencial. Crônicas  repletas de simplicidade e sabedoria onde, a exemplo do livro de Erasmo de Roterdã, deixava transparecer sutis elogios à loucura humana. Loucura na sua forma mais branda, se é que loucura tem forma branda. 
Se de loucos, médicos, treinadores de futebol, todos nós temos um pouco, Airton não era exceção. E parecia exacerbar tais qualidades humanas, quando, pela coragem em expô-las, as tinha como suas.

http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2012/09/11/noticiasjornalvidaearte,2917303/inventor-de-delicadezas.shtml

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Delação Premiada.

Vixe! Se o STF fosse a fundo nesse negócio de delação premiada, muito santo do pau oco iria ser descoberto. A gente sabe que a delação premiada não é coisa nossa, mas antes veio do combate à "cosa nostra". A delação premiada é produto de homens honestos e corajosos como o Juiz Giovanni Falcone, que por consequência dela foi literalmente dinamitado  em 1992, com sua esposa e guarda-costas, pela máfia siciliana. 
Quem não se lembra? Tomaso Buscetta, capo da máfia, foi preso no Brasil e a Itália ofereceu pra ele a delação premiada. Buscetta avisou para o Juiz Falcone que se ele pegasse suas delações seria assassinado. O Juiz não se intimidou. Buscetta falou tudo o que sabia. Resultado: proteção para Tommaso Buscetta e família - o mafioso delator cumpriu pena mais branda nos Estados Unidos; prisão e julgamento de réus integrantes da máfia, todos dispostos em uma grande jaula para audiência judicial
Justiça pra valer, só vai assim. E quem for podre que se quebre. 
George Coelho

Fonte:

http://blogs.estadao.com.br/sonia-racy/ameaca/

sábado, 1 de setembro de 2012

Se eleito prefeito for, ...

A cidade de São Paulo (SP) deve R$ 58 bi de reais. A dívida corresponde a 200% de suas receitas. Pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o máximo seria de 120% das receitas. Teoricamente a cidade não tem como pagar os papagaios. Se fosse uma cidadã comum, estaria quebrada. Mas sua maior credora é a União. 
Um dos prefeitos a endividar rasgadamente a trabalhadora Sampa foi Paulo Maluf. Muita gente ainda gosta do Maluf, dentre eles, justificadamente, têm motoristas de táxi, que o homem abriu muitas vias e construiu viadutos de ruma facilitando de vera o ofício de quem trabalha no volante. E não estão sós no gosto, Maluf foi o deputado federal mais votado no país numa dessas eleições. Há os que acreditam no lema herdado do antigo prefeito da cidade (1957-1961), Adhemar de Barros, dito assumido apenas informalmente em campanha: rouba mas faz. 
O fato é que Paulo Maluf já comeu pizza em cadeia e é processado pelo Ministério Público pra devolver uns din-dins, depositados no estranja, na casa dos um pouco mais de R$ 20 milhões. Vamos e venhamos: é muito pouco pois a grana ilegal de brasileiros no exterior chega a casa dos R$ 1 trilhão. Gente boa, eu disse 1 trilhão de reais. Ou seja, mil bilhões de reais. Ou seja, 500 Vales do Rio Doce, preço da doação feita na época do príncipe presidente tucano que pegou a dívida interna uma merreca e entregou-a pro Lula petista a quase 1 tri, que rolou e encompridou a danada, com satisfação dos rentistas, e hoje ela está na casa dos R$ 2 tri. 
Sorte nossa é a China, que o PIB brasileiro aumentou pra casa dos R$ 2,5 tri exportando minério de ferro de Itabira (MG) e Carajás (PA) pra lá. Como os economistas acham melhor medida considerar a relação dívida pelo PIB, que teria diminuído nos últimos anos, a situação parece menos dramática. Mas, no frigir dos ovos, verdade é que valor de metade da nossa dívida interna (se se considerá-la de R$ 2 tri) foi desviada, por baixo dos panos, pro exterior. Espera-se ainda que, pela condição de devedora compulsiva, São Paulo vá passar, de novo, o pires na União. E ainda assim tem muita gente interessada em ser prefeito da maior cidade da América Latina. Por espírito público, certamente!


George Alberto de Aguiar Coelho Coelho




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