segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Que surjam Bill Gates por aqui

Em termos grosseiros, uma das diferenças que se vê entre o mega-empresário americano para um mega-empresário tupiniquim é que o primeiro retorna para a sociedade um pouco do muito que ganha. Faz parte da cultura deles. A sociedade até os cobra, se não procederem assim. Os donos da bufunfa aqui, diferentemente dos de lá, via de regra, são unha de vaca quando se trata de atender a interesses coletivos. Se fazem doações, visam só o que vão abater do imposto de renda. E se o fisco não se cuidar, toma prejuízo por obra assistencial inexistente. Empresários fajutas que não patrocinam museus, não colaboram com universidades, não entregam um terreno seu para uma praça. Se sujam o meio-ambiente, com o produto que lhes dá renda, não colaboram em retirar a sujeira produzida. Se recebem concessões do estado ou empresas doadas pelo mesmo em negociações tenebrosas, não se sentem minimamente incomodados em espoliar o cidadão através dos preços altos e péssimo atendimento. Deviam se espelhar num Bill Gates, num Rockefeller, pelo menos quanto à gratidão externada por estes à sociedade pelo muito que receberam. E olhem que muitos da plutocracia devem literalmente ao povo o seu bem estar econômico, seja por subvenções, empréstimos oficiais subsidiados, obras públicas obtidas em licitações duvidosas, pra não pegar pesado, eleições corrompidas, beneficiários de administrações que se preocupam em atendê-los a pão de ló. Uma estrada vai ser construída, e lá se vão eles, com a informação isolada em primeira mão, adquirindo os terrenos contíguos e adjacentes em todo o trajeto da mesma, para revendê-los depois a preços de ouro. Empresários assim não dão bom exemplo pro povo que, por não ter dinheiro, casa pra morar e a lei consigo, partem pras invasões, como a que se deu em Pinheiro, São Paulo em 2011. Invasões tratadas na porrada oficial, embasada em justiça lépida, a mesma justiça que é lerda em puni-los nas contravenções biliardárias e conchavos com o poder de plantão. Quero citar uma exceção, e há outras, mas bem poucas diante de um universo de mentalidade empresarial paupérrimo nas suas classes mais altas, o paraibano fundador dos Diários Associados, Assis Chateaubriand. Muito embora toda a estampa mista de cangaceiro e cidadão Kanes, com a ajuda do italiano Piero Bardi, fundou e entregou obras extraordinárias para o MASP -Museu da Arte de São Paulo. De tal forma que não adianta falar em consciência social, quando ela inexiste. É só mais um chavão pra obter a aprovação da sociedade num jogo puramente midiático. Que surjam Bill Gates por aqui.
Escrito em 26.jan.2012


Fonte:

domingo, 16 de dezembro de 2012

Cine Atapú


Muito bom o texto da fonte abaixo mostrando os cinemas que já passaram pela cidade. Faço três observações. A primeira, ainda menino passava pelo Atapu , hoje esquina da Pontes Vieira com a rua Joaquim Távora. Antes, não existia a avenida Pontes Vieira, nem a continuação até ali da avenida Treze de Maio. Nem tão pouco a avenida Aguanhambi feita pelo prefeito engenheiro Vicente Fialho. Aguanhambi onde a gente via muitas lavadeiras batendo e quarando roupas nas pedras do riacho, com as pontas de vestidos enfiadas entre a s pernas e rodilha de pano na cabeça. A rua Joaquim Távora, se não estou enganado, era chamada de Calçada da Mecejana (Mecejana se escrevi erroneamente com "c" e não dois esses); calçada porque a rua Joaquim Távora era calçada em paralelepípedos bem assentados. A rua Joaquim Távora era a única via de acesso de carro à Mecejana. Então, menino, me lembro de ver, no Atapu no lado do sol, os dizeres "Cine Atapú". Foi no Atapu que meu tio Chico da Mecejana (com "c") bateu num carregador de surrão de farinha que estava bêbado e atravessou à frente do sonolento prefect verde do tio Chico. Tio Chico tinha ido ali no Atapu, que então se chamava assim o lugar, comprar resíduo na Feira do lado, pra dar de comer a umas vagas que mantinha em Mecejana. Acabou que a gente teve de levar o bêbado atropelado pra Assistência Municipal e, desconfio, ele além do cheiro característico de cachaça, adquiriu mal cheiro nas partes dos debaixos, decorrentes do pavor de ter sido quase atropelado. No final, o homem ficou bonzinho de tudo, menos da catinga que, menino, me enojava. Só foi um susto. Sempre que vou pra aquela região de táxi, digo pro motorista: me leve por Atapu. Só um deles me respondeu que conhecia. Então perguntei a ele a origem do nome. Não sabia, o motorista, nem eu. Agora, no texto, finalmente aprendi que foi por causa da fama do Cine Atapú. A segunda observação que faço é sobre outro cine que ficava no lado da sombra das esquinas das ruas Antônio Pompeu com Barão do Rio Branco. Pra mim, diferentemente do que diz o texto, conheci-o com outro nome, cine Samburá, e não Cine Araçanga. A terceira observação é quanto à figura do cearense Luiz Severiano Ribeiro. Pense num cara danado. Fazer um monopólio de exibição de cinema em todo o Brasil! O cine São Luiz, por exemplo, é um primor de sala de exibição de cinema. Modéstia e ignorância minha à parte, não conheço cine mais bonito do que aquele da Praça do Ferreira, onde as meninas do meu tempo iam nas matinées assistir as cabriolices do rebolador Elvis Presley e a gente, nas pouquíssimas vezes que tinha dinheiro, ainda era obrigado a vestir paletó pra entrar. Foi ali que eu conheci o ar condicionado. E bem perto dali na loja Quatro e Quatrocentos andei, pela primeira vez, espantado... andei de escada rolante. 
George


Fonte:









O Puro e o aplicado

 I
O puro, contra o aplicado,
Trava longa e intensa briga,
Desde os tempos do passado,
Da Ática - a Grécia antiga.

Mundo puro de Platão,
Com as formas ideais,
Saído da abstração
Das coisas materiais.

Aristóteles queria
O mundo do sensitivo
Tirado da biologia,
Da matéria mais o vivo.

II

A luta que se seguiu,
Entre Santo Agostinho
E São Tomás de Aquino,
A igreja, sacudiu.

O primeiro, Agostinho:
Crer para compreender.
Segundo Tomás de Aquino:
Compreender para crer.

Idade medieval:
Santo Agostinho e Aquino,
Cada  qual o mais ladino,
E a luta sem final.

III

Já na idade moderna,
O embate não se encerra,
Descartes era purista,
E Newton, um liceísta.

Descartes, cartesiano,
Com seu plano abstrato.
Já Newton filosofando:
Força,  movimento, estado.

IV

Lá vem Kant a seguir
Batendo contra os dois lados:
O Conhecer há de vir
Do que é experimentado.

Mas também, por outro lado,
Pra experiência surgir,
Antes foi originado,
Algo tem que pré-existir.

V

No mundo contemporâneo,
Hegel dá um passo além,
Nas idéias do seu crânio
Os dois lados tão de bem.

Há relação dialética
Entre o puro e o aplicado,
O conhecer segue a métrica
Num crescendo espiralado.

O conhecer vem do puro:
O corrige, o aplicado.
E o que antes era escuro,
Vai ficando clareado.

VI

Karl Marx inverte os lados
Do molde hegeliano:
Primeiro vem o aplicado,
Puro é segundo plano.

Em termos de Economia,
A ordem é distribuição,
Depois vem a produção,
Consumo da mercadoria.

Pra cobrarmos igualmente
A produção entre os homens,
Sem que haja uns com fome,
Distribuir, é a semente.

Mas se quisermos carentes,
Convivendo com abastados,
Crie-se classes, tão somente,
Pra mantê-los separados.

VII

Segregar educadores
Em grupos conveniados:
Professores, Pesquisadores,
Estes: Puros ou Aplicados.

George Alberto de Aguiar Coelho
Escrito em 15/03/2007

Fonte: O escrito do Prof. Davis abaixo


> O Puro e o Aplicado
>
> Na Grécia Clássica, o debate "puro versus aplicado" se deu entre o
> divino Platão e o gênio Aristóteles. Se Platão, por ser Geômetra, defendia a
> existência de um Mundo Puro - de formas perfeitas; Arí, por ser biólogo,
> defendia um Mundo sensível. Para Platão, a pureza; para Arí, a matéria.
>
> Na Idade Média, tal embate se deu entre Sto Agostinho e Sto Tomás de
> Aquino: se Agostinho pregava o "é preciso crer [em Deus], para compreender",
> seu antagonista, Aquino, afirmava (tempos depois) o "é preciso compreender
> [Deus], para [Nele] crer". E, assim, durante a "noite de mil anos", o puro e
> o aplicado não se entenderam.
>
> Haveria, pois, com a Idade Moderna, a possibilidade desse encontro
> após tantos desencontros? Ainda não! Se do lado "purista", aparecia
> Descartes e seu plano Cartesiano abstrato; por outro lado tínhamos Newton
> (frequentador do Liceu), tentando explicar o mundo através da força e dos
> movimentos.
>
> Ao fim da modernidade, entra em cena o virgem Immanuel Kant,
> criticando ambas as posturas - purista e aplicada. Kant critica os puristas,
> afirmando que não podemos ser totalmente puros, pois o conhecimento começa
> com a experiência, e, critica também os "aplicadores", ao afirmar que o
> conhecimento tem uma origem a priori (algo nos leva a ele) antes da
> experiência sensível.
>
> Exemplificando grosseiramente, alguém aprende a tocar violão quando
> começa a dedilhar e brincar com o instrumento, porém a origem veio antes -
> algo o levou para o violão em vez de levá-lo para um piano, uma flauta ou
> para um triângulo (para Kant, começo é diferente de origem).
>
> Mas, no mundo contemporâneo, Hegel, dá um passo além de Kant e afirma
> que há uma relação dialética entre o Puro e Aplicado - os dois recebem e
> geram influências um ao outro. A questão é "de onde se parte". Para Hegel, o
> conhecimento nasce do Puro, que recebe influências do Mundo Material e
> confirma ou reformula sua "pureza".
>
> Marx aproveita a concepção dialética de Hegel, porém, inverte-a "de
> cabeça para baixo". Ou seja, afirma que existe uma relação dialética entre
> o Puro e Aplicado - só que partindo do aplicado. Para Marx, o conhecimento
> nasce das aplicações já existentes, e só depois recebe interpretações
> puristas, que tentam explicar esse Mundo real.
>
> Exemplificando grosseiramente (novamente), uma concepção "Pura"
> acredita que a Economia se dá assim: (i) produzimos mercadorias, (ii) essas
> mercadorias são distribuídas, e depois, no fim da cadeia, (iii) ocorre o
> consumo. Numa concepção Aplicada, a cadeia Pura se inverte, tal qual a
> teoria de Marx inverte a teoria de Hegel: (i) primeiro nascemos em um mundo
> onde as mercadorias já estão distribuídas, depois, (ii) para conseguirmos
> produzir, há a necessidade de consumirmos muito - (iii) até o dia em que
> estivermos prontos para produzir. Ou seja, a sequência correta seria:
> Distribuição-Consumo- Produção, e não Produção-Distribuição-Consumo.
>
> Para cobrarmos o mesmo nível de produção entre os homens, eles
> precisam ter o mesmo poder de consumo - e para terem o mesmo poder de
> consumo, precisamos distribuir a riqueza por "igual" - desde a origem. Mas,
> se NÃO quisermos distribuir a riqueza por igual, podemos separar os homens
> em classes. Em uma Escola, por exemplo, podemos separar os Educadores em
> duas classes, a saber: Professores e Pesquisadores - e, estes últimos em
> Puros e Aplicados.
>
>> Davis Macêdo Vasconcelos, Prof. Classe Especial do CEFET-Ce. 


Sem que haja poesia, tecnologia não há


(I)
Imagine o cidadão,
viver na esteira do mundo,
no isolamento profundo,
sem geladeira, fogão.
De noite, escuridão.
De dia, sol de lascar.
Sobra tempo pra pensar
e criar com maestria.
Sem que haja poesia,
tecnologia não há.

(II)
Está a filosofia,
como a razão há de estar,
no gosto de desejar,
do imponderável, na via.
Técnica e ousadia,
processo inconsciente,
vem lá de baixo crescente.
Não há tecnologia,
sem que haja poesia,
assevera meu repente.

Versos I e II , com o mote do Prof. Davis.
Verso II, inspirado em:
[Durant, Will. A História da Filosofia. Ed. Nova Cultura, 1996. pg. 201.]

sábado, 15 de dezembro de 2012

Aniversário de Dona Dilma

Parabéns, Dona Dilma! 
Com todos os seus defeitos, a Senhora é a melhor Presidente que o Brasil poderia ter hoje. 
E a Senhora tem muitas qualidades, a maior delas, a meu ver: a coragem. George.

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?codigo=350915&modulo=964

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Da indicação a membro da Suprema Corte

Pra gente ver que ministro do STF, na forma que é feita, não está ali por competência, mérito pessoal ou atributos excepcionais benfazejos, coisa nenhuma. Basta uma indicação do(a) Presidente da República, que a aprovação pelo Senado é certa. E não é de hoje não. Desde 1988, com a Constituição nova criada, que é assim. E dá no que dá. Agora mesmo, diz a notícia do jornal, o advogado-geral da União envolvido no caso da operação Porto Seguro era cotado pra ser um dos membros do STF. De tal sorte, que a gente chega a conclusão que essa forma de indicação pra Suprema Corte tem de ser repensada logo, se o país quiser realmente desenvolver a sério suas instituições.
George.

Fonte:
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,paulo-vieira-troca-de-advogado-e-fala-em-delacao-premiada-sobre-operacao-porto-seguro,973301,0.htm

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Os 100 anos de Seu Luiz. Viva Santa Luzia!



Triste Partida
Patativa do Assaré
Cantada por Luiz Gonzaga e Gonzaguinha

Setembro passou
Outubro e Novembro
Já tamo em Dezembro
Meu Deus, que é de nós,
Meu Deus, meu Deus
Assim fala o pobre
Do seco Nordeste
Com medo da peste
Da fome feroz
Ai, ai, ai, ai

A treze do mês 
Ele fez experiência
Perdeu sua crença 
Nas pedras de sal, 
Meu Deus, meu Deus 
Mas noutra esperança 
Com gosto se agarra 
Pensando na barra 
Do alegre Natal 
Ai, ai, ai, ai



Há 100 anos, a treze do mês de dezembro de 1912, na cidade de Exu, Cariri pernambucano, nascia o sanfoneiro Luiz Gonzaga. Todo dia treze de dezembro é dia de Santa Luzia. Assim, é dia de lembrar os dois eventos com Luiz Gonzaga cantando Triste Partida de Patativa do Assaré, seu vizinho, poeta cearense da serra de Santana do Cariri. Como tudo é imbricado no sertão caririense, Santana, talvez por inspiração da Serra, era o nome da mãe querida e cantada em versos do Rei do Baião. E por que Triste Partida? Porque nela Patativa evoca a dor do êxodo do nordestino pro Sul, por causa das secas que assolam, de quando em quando, a terra árida castigada pelo sol inclemente. Então, pro Nordestino, saber de seca é coisa vital.  Chegado setembro, o sertanejo faz augúrios. Dentre as experiências pra prever tempo bonito de  chover, ou tempo feio de sol, tem a experiência das pedras de sal. No dia de Santa Luzia, o sertanejo coloca seis pedras de sal no relento, cada uma representando os meses de janeiro a junho do ano seguinte. Conforme cada pedra se dissolva no sereno da noite,  assim será o inverno nos meses do ano seguinte.  É de se dizer que, no Nordeste, inverno não tem o conceito convencional de estação climática, mas se está chovendo. Por aqui, as chuvas se dão de janeiro a abril, ou mais tardar maio, quando não ocorrem as secas, como as de agora, uma das piores dos últimos 100 anos. 
Viva Seu Luiz! Viva Santa Luzia!
George Alberto de Aguiar Coelho

Aquarela de Sandra Maria de Aguiar Coelho


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Comme d'habitude

Hoje, Frank Sinatra, se vivo, pois morreu em 1998, faria 97 anos. Sua interpretação mais famosa “My Way” é uma adaptação para o inglês, feita por Paul Anka, da canção francesa “Comme d'habitude” canção composta em 1967 por Claude François e Jacques Revaux, com letra de Claude François e Gilles Thibaut.
http://letras.mus.br/francois-claude/55183/

George

Fonte: Wikipédia

A causa dos desaparecimentos no Triângulo das Bermudas

Desaparecimentos de navios e aviões no Oceano Atlântico, navios abandonados com a tripulação toda morta a bordo, eventos trágicos que muito acontecem no chamado Triângulo da Bermudas são devido ao gás metano que é liberado a partir das rachaduras locais das placas tectônicas do fundo do mar. O gás se transformaria em bolhas gigantes que atingem a superfície e levam tudo de roldão. A teoria é dos cientistas Joseph Monaghan e do seu assistente David da universidade australiana Monash, de Melbourne.

George.

Fonte:

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

"Mim" vai lhe buscar de helicóptero

Falaram do governador do Ceará, Cid, por levar esposa e sogra junto com ele em voo do governo pra Europa. Foi um escarcéu louvável e necessário. O governador teve de vir a público se desculpar e indenizou o erário pela viagem. Já pro governo tucano privatizar o público é coisa muito corriqueira e legal. Ora bolas! Só não privatizam dívidas. Pra estas, o destino é a socialização.
Governador tucano vai buscar a família em helicóptero do governo. Vá ver deve ser a segurança pública de São Paulo que não permite mais nem ao cidadão normal usar ônibus que os bandidos estão queimando tudo. 
Enquanto isso, na Noruega, ministro vai trabalhar de bicicleta; na Alemanha, o esposo de Ângela Merkel tem de comprar, do próprio bolso, passagem em avião comum, se quiser acompanhar a primeira-ministra em suas viagens. 
Eita paisinhos subdesenvolvidos: o norueguês e o alemão!
George.

Fonte:
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,alckmin-utiliza-helicoptero-oficial-para-buscar-familia,971827,0.htm

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Bolsa Família versus Delinquência Juvenil

Se o estado gasta R$ 2,9 mil por mês com um jovem infrator, o montante correspondente pra sustentar nove famílias pelo Bolsa Família, porque se reclama tanto deste programa? Será preconceito puro com nordestinos, os que mais se beneficiam do programa, mas não os únicos. Se uma família paupérrima, como tantas que há no Brasil, não tem nenhuma perspectiva de comer, quanto mais de estudar, isso não a levará à delinquência e trará, além dos danos econômicos, muitos imponderáveis, de latrocínios, assassinatos, uso de drogas etc. um posterior custo financeiro, pelo menos nove vezes maior e para toda a vida? Como é que se pode ir contra o bolsa-família no Brasil? Além de desumano, isso é coisa irracional!
George

Fonte:
http://www.opovo.com.br/app/opovo/fortaleza/2012/12/10/noticiasjornalfortaleza,2968887/leia-amanha.shtml

sábado, 8 de dezembro de 2012

Montaigne: "Abandona-se à sua paixão quem não pode seguir à razão".


Não sei dar-me por inteiro, e  quando minha vontade me induz a optar por um partido não crio obrigações que contagiem meu entendimento. Nas agitações que perturbam atualmente o país, meus interesses não me fazem desprezar as qualidades louváveis de meus adversários, nem ignorar os defeitos de meus correligionários. Em geral adoram tudo o que fazem os seus; eu não desculpo sequer a a maior parte do que perpetram os meus; uma obra não perde seus méritos só porque foi escrita contra mim. Salvo quanto à razão essencial do debate (pois sou e continuarei católico), mantenho-me equânime e indiferente: fora das exigências da guerra, não desejo nenhum mal a meus inimigos. E com isso me alegro, pois vejo comumente assumirem atitude oposta: “abandona-se à sua paixão quem não pode seguir à razão”. Os que estendem seu ódio além da causa que o motiva, como costumam fazer os homens, mostram que defendem outra coisa e por razões de ordem pessoal. Assim quando a febre persiste após a cura de uma úlcera, tem-se a prova de que outra é a sua origem. Não se rebelam contra a causa porque ofende os interesses coletivos e do Estado, mas sim porque prejudica os seus próprios. Daí a animosidade pessoal, que ultrapassa o que normalmente se entende por justiça. “Não concordavam todos em censurar todas as coisas, mas cada qual censurava o que o interessava pessoalmente,” Eu desejo ganhar mas não perco o juízo se assim não ocorre. Ligo-me ao partido que sinceramente julgo o melhor, mas não procuro mostrar-me especialmente inimigo dos outros e não ultrapasso o que a razão determina.

Michel Eyquem de Montaigne, político, filosofo, escritor e ensaísta francês  (28.02.1533  - 13.09.1592)
Trecho extraído da obra Os pensadores. Montaigne. Tradução de Sérgio Milliet. Ed. Nova Cultural Ltda., 1996, SP. Volume II, p. 313

Marilyn ou Einstein?

Marilyn ou Einstein? Dois mitos. Marilyn, além de bela, era inteligente. Einstein só tinha o último dos dois atributos. Não devem ter se conhecido, diferentemente dos dois da estória abaixo.
Conta-se que Bernard Schaw, teatrólogo, romancista etc. inglês, estava em um congraçamento social e foi tentado por uma bela dama:
- Mr. Schaw veja como minha ideia é interessante. Poderíamos nos unir. Do nosso casamento, viriam filhos que teriam a minha beleza e a sua inteligência.
- Não teve conversa, Bernard Schaw logo respondeu.
Não, Senhora, sua ideia não é boa. Se nos uníssemos, correríamos o risco de ter filhos com a minha feiura e a sua inteligência.
George

Mote:

Niemeyer e a pergunta do coronel

Dizem que Oscar Niemeyer, voltando de uma viagem ao exterior, onde teria projetado uma sinagoga... Interessante é que o arquiteto, embora ateu, tenha projetado tantas igrejas de diferentes credos: católicas, judaicas, muçulmanas.

O certo é que Niemeyer retornava do exterior na época dos milicos e foi - não sei em que local, nem por quem - inquirido por coturno de alta patente, sobre a origem do dinheiro que aparentava ter na ocasião. Talvez por ser Niemeyer amigo e mecenas do Luis Carlos Prestes, muito ligado aos soviéticos, o coronel - digamos que essa era a patente do distinto salvador da pátria - perguntou de onde vinha a grana do arquiteto, alimentando a ideia da origem vermelha do dinheiro. 

Uns dizem que Niemeyer respostou "pei bufo" ao coronel: "Dando o c-". Outros, que a resposta não foi assim tão escrachada, não, mas de bate-pronto também: "Rodando bolsinha em Paris". Seja de um jeito, seja de outro, foi assim que Niemeyer satisfez a curiosidade do seu inquisidor. 

George Alberto

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Viva Niemeyer - a vida é um sopro!

Tio Oscar me diga uma coisa:
Onde o Senhor se inspirou
Pra tanta coisa bonita
Que Vosmicê desenhou?
Foi aí nas Alterosas
Ao mirar o sol se pôr,
Ou foi em Copacabana,
Nas calçadas que riscou?

A igreja da Pampulha,
Casa de Baile, o Museu,
Onde o Senhor aprendeu,
Qual rendeira com a agulha,
A idéia, a fagulha,
Manusear o cinzel?
De certo, foi mão de Deus
Estendida lá do céu.

Veio o Itamaraty
Do pico do Itacolomy?
Foi do cerrado central,
As curvas maravilhosas
Da branquíssima Catedral,
Mãos rezando pro mais alto;
Poucas linhas se findando
No Palácio do Planalto?

Foi na ginga da mulata,
Ou da morena trigueira,
Ou foi em Diamantina,
Com a namorada mineira?
Foi estética majestosa
Leves curvas da jangada.
Sei:  foi o lábio vermelho,
beijo da amante amada.

George Alberto de Aguiar Coelho
Homenagem aos 100 anos de Niemeyer.
Escrito em 19.12.2007.

Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares
(Rio de Janeiro, 15/12/1907 — Rio de Janeiro, 5/12/2012)

Post republicado no dia do falecimento do gênio das curvas

Dona Dilma e o esquisito ensaio de vaia


Vá entender o povo brasileiro, que a mídia eu entendo bem! 
Diz que, ontem, gente reunida em cerimônia, onde estava presente Dona Dilma, ensaiou-lhe uma vaia quando a Presidenta se referia às pessoas "portadoras de deficiência". Explica-se, e ela, Presidenta, mesma o fez, que expressão assim não faria parte do "politicamente correto", eu diria: imbecilmente correto. Acontece que o Superior Tribunal de Justiça vem hoje, no texto abaixo, divulgar artigo da Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região, em que "experts" do direito usam a mesma expressão que a Presidenta disse ontem e da qual  lhe derivaram as críticas.
De tal forma, que  resta indagar: e aí, Dona Dilma, no caso, não tava certa, não? 
Se fosse pela recentíssima decisão dos royalties, prejudicando os estados não vizinhos de plataformas produtoras de petróleo, até entenderia a vaia, que essa decisão foi infeliz demais.
George Alberto.

Fonte:
http://bdjur.stj.gov.br/xmlui/handle/2011/49181

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Apagão no Google

O Google Apagou
E eu fiquei sem Gmail
Tentei o Gtalk
E o Gtalk não veio
Então pensei comigo
Tou num apagão
Pelo sim, pelo não,
Tá bom, qu'eu me desligo.

George Alberto

Fortaleza 26.nov,2012:  dia em que o Google apagou por aqui
Fonte:
http://www.gizmodo.com.br/google-instabilidade-servicos-brasil/