quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Viva Niemeyer - a vida é um sopro!

Tio Oscar me diga uma coisa:
Onde o Senhor se inspirou
Pra tanta coisa bonita
Que Vosmicê desenhou?
Foi aí nas Alterosas
Ao mirar o sol se pôr,
Ou foi em Copacabana,
Nas calçadas que riscou?

A igreja da Pampulha,
Casa de Baile, o Museu,
Onde o Senhor aprendeu,
Qual rendeira com a agulha,
A idéia, a fagulha,
Manusear o cinzel?
De certo, foi mão de Deus
Estendida lá do céu.

Veio o Itamaraty
Do pico do Itacolomy?
Foi do cerrado central,
As curvas maravilhosas
Da branquíssima Catedral,
Mãos rezando pro mais alto;
Poucas linhas se findando
No Palácio do Planalto?

Foi na ginga da mulata,
Ou da morena trigueira,
Ou foi em Diamantina,
Com a namorada mineira?
Foi estética majestosa
Leves curvas da jangada.
Sei:  foi o lábio vermelho,
beijo da amante amada.

George Alberto de Aguiar Coelho
Homenagem aos 100 anos de Niemeyer.
Escrito em 19.12.2007.

Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares
(Rio de Janeiro, 15/12/1907 — Rio de Janeiro, 5/12/2012)

Post republicado no dia do falecimento do gênio das curvas

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