sábado, 26 de janeiro de 2013

O Tempo - Frei Antonio das Chagas

Deus pede estrita conta de meu tempo.
E eu vou do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?

Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta,
Não quis, sobrando tempo, fazer conta,
Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.

Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!

Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta
Chorarão, como eu, o não ter tempo...

Autor: Frei Antonio das Chagas (1631, Vidigueira, Portugal / 1682 - Varatojo, Portugal)


Também, sobre o tempo:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=198608466948241&set=a.126586050817150.26192.126419364167152&type=1

Um comentário:

  1. Essa poesia era uma das que meu saudoso sogro Zequinha Teixeira gostava de recitar.
    Muito legal.
    Apesar de constar como um autor português, liem algum lugar que seria na realidade uma tradução de uma poesia francesa. Será?
    De qualquer forma é belíssima,

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