domingo, 27 de janeiro de 2013

Pelos jovens de Santa Maria. Pelos jovens do Brasil.

A horrenda tragédia foi em Santa Maria, cidade de jovens universitários, coração do Rio Grande do Sul. Foi em Santa Maria, mas poderia ter sido em qualquer uma das grandes cidades brasileiras. 

Em Fortaleza, por exemplo, quantas casas de shows, buffets, casas de festas temos seguras? Quantas são fiscalizadas? Quantas têm saídas de emergência à altura de sua lotação? Quantas têm os seus equipamentos de segurança em dia? Em quantas os agentes responsáveis pela segurança têm treinamento adequado? Quantas casas obedecem as lotações máximas? Quantas têm alvarás de funcionamento em dia? Desconfio que poucas, bem poucas, estão em regulares condições de segurança. Vale o improviso. Vale a ganância de quem explora o serviço.

Por exemplo, há alguns meses, vi aqui um grande teto metálico de um buffet, cair estrondosamente. Sorte é que foi antes de ser inaugurado e ninguém estava embaixo. Reconstruíram-no e inauguraram-no, sem alaridos. Ontem, teve festa nele. Gente demais. Estacionamento lotado? Não, ruas vizinhas lotadas de não se poder quase entrar onde se mora, que o buffet não tem estacionamento. E se houvesse uma emergência em que se necessitasse da ação de bombeiros? Absolutamente, não poderiam chegar com presteza ao local. 

Incomoda nessas casas o barulho dos infernos. Não é incomum o ritmo de bate-estacas, porém é o de menos tal incômodo. O ruim é a insegurança. O ruim é não ter a quem reclamar dos desmandos. A fiscalização faz ouvidos de mercador. Como uma prefeitura e órgãos controladores diversos liberam pra funcionamento casas assim?  Por que não são fiscalizadas? Não sei. O fato é que liberam e a fiscalização nelas inexiste. O fato é que os donos do negócio faturam alto na exploração de um produto inseguro, perigoso para a população. Vale a ganância; dane-se a responsabilidade.

E depois só nos resta prantear as preciosas vidas de tantos jovens que se perderam tão inutilmente, como aconteceu em Santa Maria. Vidas em começo, vidas promissoras, vidas que não poderiam ser perdidas. Acontecimento trágico. Famílias dilaceradas para sempre. Brasil de luto. Brasil que não protege o que tem de melhor: sua juventude. Desesperança. Domingo tristíssimo.

2 comentários:

  1. Eu mesma já presenciei alguns absurdos. Como costumo ficar na área de entrada das bandas vejo coisas nos bastidores que os frequentadores nem desconfiam. Certa vez uma apresentação que seria na praia, por causa de uma chuva, foi transferida pra uma casa, que estava em reformas, de improviso. Não tinha condição de receber o equipamento da banda, o transformador EXPLODIU na cara do eletricista. Pensei que o homem tinha ficado cego, mas ficou bem, ao ponto de fazer um "gato" direto de um poste de alta tensão (em dia de chuva) Fios enormes passando na calçada, protegidos apenas por uns cavaletes. Não tive noção do tamanho do perigo. A banda nem ficou sabendo do episodio e o show correu bem... por sorte!

    Andréa.

    ResponderExcluir
  2. Excelente texto George. É muito descaso, não só das autoridades, mas da sociedade como um todo. Faz parte da nossa cultura. Em todo canto se ver estabelecimentos sem ALVARÁ de funcionamento, ou vencido. No nosso meio mesmo, vemos esse tipo de comportamento. São poucos os que se interessam em saber se o prédio onde moram está com as licenças atualizadas; se os extintores que vêm diariamente no corredor do prédio estão no prazo de validade. Alem do que, ninguém se preocupa com o próximo, sequer têm coragem de denunciar ilegalidades. O próprio comentário acima mostra isso. Triste.

    ResponderExcluir