Primeira partida de Copa do Mundo no Castelão: Uruguai contra Costa Rica, no dia 14.06.2014. Já estava conformado em não assistir nenhum jogo da Copa, mas insisti no Centro de Eventos feito pelo Seu Cid e consegui dois jogos pagando a metade por causa dos meus vividos 60: R$ 175,00. Do primeiro jogo, narrarei agora. O segundo, será um jogão de bola: Costa do Marfim contra Grécia.
Fui pro estádio num busão tendo de explicar pruns australianos que o mapa de estádio onde eles estavam querendo descobrir onde iam sentar era o de Cuiabá. Oh! My God! Big country! O ônibus rodou e rodou. Desci bem longe pra ver a esculhambação da torcida no percurso. Futebol só acho graça nele assim. Aí, depois de entrar no portão junto a um Uruguaio, passei uns 75 minutos pra encontrar meu assento, subindo e descendo escadas, entrando em áreas vips, sem ser convidado. Quando descobri o lugar meu, estava em duas filas da ala reservada a convidados.
Descobri assim que muita gente que reclama da Copa do Mundo e de nossa Presidenta não paga ingresso, mas gosta de ocupar "de grátis" espaço de quem paga. Come o camarão e nos passa a conta. E que a gente não deve nada a padrão Fifa de organização européia. Aliás já tinha descoberto isso na pífia festa de inauguração dos jogos feitos por duas belgas convidadas da Fifa, as bichinhas louras desprovidas por completo de qualquer senso do que seja o Brasil.
http://caatingas.blogspot.com.br/2014/06/os-sertoes-de-euclides-da-cunha-e.html
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No final do entrevero fifiano depois de conversar com 600 auxiliares da Fifa, cheguei prum engravatado e disse pra ele + ou - assim: faz o seguinte, rapaz, me libera já e deixa eu assistir o jogo aonde eu quiser, máh! E ele, convencido da incompetência da entidade máxima do futebol, e da minha aporrinhação crescente, me deixou passar pelas meninas que, de uma em umas belas, sorridentes e bem vestidas, me pediam: o convite, Senhor. Mas, Senhor... Sinto muito... Eu não posso, Senhor... Tem de falar com a chefia Meu Senhor... E fui passando nem mais ouvia as beldades. Fui lá pra baixo, do jeito que queria e assisti em pé também do jeito que queria perto do cinegrafista que não gosto mais de ficar sentado e gosto de arrumação de filmes e fotos. Inda mais sabendo que as imagens corriam no mundo. Foi assim que iniciei vendo ver as quatro linhas do verde gramado molhado do Castelão.
E o hino nacional uruguaio soou muito mais alto do que o costa riquenho. Deus me livre! Me lembrei do Ghigia. Forlan bate o centro começando o jogo e o Uruguai sai na frente com um gol cavada de penalty de Cavani. Depois termina o primeiro tempo e os Uruguaios vão beber coca-cola cantando felizes. Jô soy Uruguaiô, com mucho orgullo, com mucho amôôôôô... Segundo tempo começa e eu fiquei mais pra ponta do estádio, no mesmo lado onde estava. Como tinha visto o gol do Uruguai de perto, me conformei: verei os outros gols uruguaios, mas bem de longe que os times trocaram de lado.
Mas a Costa Rica empata com uma bela matada de bola, vinda de um escanteio do lado direito do seu ataque, fulminado por Campbel. O Uruguai se espanta e se deprime com o empate Costa Riquenho. Forlan pára em campo. E o time de Seu Mujica toma um gol de peixinho de Oscar Duarte fruto de lançamento de cobrança. O gol foi bonito, não tão brilhante como o peixinho de Robin Van Persie, nos 5 a 1 da Holanda em cima da Espanha... mas foi bonito o gol. Muito do bem filmado por mim.
A Celeste caiu de vez e quedou-se sem reação até sair mais um gol feito por Urena de bola cruzada que entrou mansinha no arco uruguaio defendido por Muslera. E acabou-se que todos os gols foram do lado esquerdo de onde eu estava. Pensei até que fosse uma armação da Fifa pra me consolar dos estragos de tomar descaradamente meu lugar pra botar uns convidados frouxos dela.
E eu consegui filmar o gol Uruguaio de penalty e o segundo gol da Costa Rica, que é o desse vídeo. E tenho certeza, se estivesse no Itaquerão no jogo inaugural da Copa, filmaria o deficiente e o exoesqueleto de Miguel Nicolelis dando o primeiro chute desse tipo numa bola de futebol, pra mostrar que Brasil não é só futebol, é ciência também.
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