Vou ao Aurélio perguntá-lo o que ele entende por elite. O saudoso Mestre me responde de pronto. 1. O que há de melhor em uma sociedade ou num grupo; nata, flor, fina flor, escol 2. Minoria prestigiada e dominante no grupo, constituída de indivíduos mais aptos e mais poderosos. Os dois conceitos guardam grande diferença. Qual escolho mestre Aurélio?
Explico pro Senhor. Caso opte pela segunda definição, a sociológica, creio enquadrar direitinho a turma cheirosa, quiçá deles muitos cheiradores, que xingaram com palavras de baixíssimo calão, a Presidenta da República do Brasil. Presidenta que não chegou ao cargo por conta de golpe militar, patrocinado pelos antecessores familiares desta poderosa elite do segundo conceito e feito o golpe em nome de uma famigerada Marcha da Família, mais escorchantes e vergonhosas adesões de políticos udenistas, jornalismo de araque, coisas assim. A Presidenta que ali estava no Itaquerão num espetáculo que deveria ser público, mas não era, porque com exceções só poderia nele adentrar quem pagasse ingressos caros ou recebesse convites de patrocinadores... Pois bem, a Presidenta tem passado, presente e futuro.
Pra encurtar o texto, vou falar só do passado. Nele, a Presidenta sofreu agressões não só verbais, mas também horrendas torturas contra sua integridade física, coisa que nenhum desses moços e moças formosas desta elite nauseabunda, segundo conceito Aureliano, tenho certeza, suportaria. Sim, a Presidenta do Brasil que nos representa, queiram ou não parte dos ali presentes, foi eleita democraticamente pelo povo brasileiro, este povo que, ele sim, de vera, constrói o Brasil. E no Itaquerão, num desrespeito e afronta ignóbil assistido pelo mundo inteiro, xingaram o Brasil, xingaram a nossa Presidenta. Uma elite que não apuparia com vaias nem um Mickey, Pato Donald ou qualquer outro personagem de Walt Disney em Miami, ao contrário são seus devotos admiradores, porque são frouxos, arrogantes, incultos e, o que é mais grave, submissos à força maior que vem de cima. Essa elite, desculpe-me Mestre Aurélio pela palavra, fuleirage, xingou o Brasil num espetáculo deprimente visto pelo mundo inteiro.
Se tem os motivos pra xingar a Presidente da República, não discuto. Apesar de muito ganharem, suas benesses relativamente diminuiram em proveito do povo. Porém a grosseria, falta de educação e de patriotismo que lhe é peculiar, aproveitando-se de um evento internacional único assistido por 2 bilhões de pessoas, cujos ingressos só grande parte dela pode comprar, quando não são muitos deles ingressos lhes oferecidos por patrocinadores... Tal elite está mais pras palavras chulas que lhes saem da boca, escórias pútridas, longe, muito longe do que seja a elite do primeiro conceito Aureliano. Elite do primeiro conceito que não se mantêm por desvios, bolsas-banqueiros, concessões televisivas, verdadeiramente trabalha e pouco aproveita do país e não ofende com palavras chulas uma Presidenta do Brasil.
George Alberto
Mote:
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