sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

2016 < 2017 < 2018

2018 é futuro.
2016 é passado.
Se passado vê futuro
E futuro vê passado,
Passado e futuro vêem
2017, presente,
Que é futuro do passado
E passado do futuro.

George Alberto de Aguiar Coelho

Plagiando Padre Antonio Vieira
apud Migalhas, 4020, 30/12/2016.

sábado, 24 de dezembro de 2016

Varig! Varig! Varig!

Então, que nesse Natal
Não tem Varig ou Sadia,
TransBrasil foi para os ares,
E a Tam voou vazia.
Papai Noel de amarelo,
Entreguismo e carestia.
E o Brasil passando mal
Pilotado em mão vadia
Golpistas mais o Renan,
Então o Feliz Natal!
Espelhou Feliz Latan!

Varig! Varig! Varig!
Cruzeiro, Cruzeiro!

Mote:
https://www.youtube.com/watch?v=G1VT3B7LW7U



sábado, 17 de dezembro de 2016

Dr. César Araripe

Faleceu hoje, 17/12/2016, o Dr. César Araripe, ex-diretor da Escola Técnica Federal do Ceará - ETFCE, talvez até da Escola Industrial do Ceará, sua antecessora.

A vida passa breve, mas deixa muitas recordações na mente dos viventes. Lembrei-me agora dos tempos de professor da ETFCE, subordinado à sua direção. Pra mim, o diretor mais marcante desta escola,  independente de se fazer balanço de suas realizações com as de outros, foi ele.

Pouquíssima vezes conversei com o Dr. César, mas lembro aqui uma das vezes, por me ter servido de lição. Na ocasião, como professor da ETFCE, fui designado, por uma portaria da direção, para fazer análise da compra de equipamentos de informática. A informática estava então surgindo nesta escola. 

Em um meu escrito de fundamentação, usara o verbo deletar. Então, o Dr. César me chamara ao seu gabinete e, depois de me cumprimentar, folheou o Aurélio e disse-me: "Lendo o seu texto, observei que usou a palavra deletar. Não tem ainda esse verbo deletar aqui, no dicionário." Conferi, tinha não. Agradeci ao diretor e lhe disse que iria deletar o verbo. Ele riu e eu nunca mais usei o verbo deletar, a não ser agora.

George Alberto de AguiarCoelho

domingo, 27 de novembro de 2016

Fidel Castro, Zé do Crato e outros

Cuba não tem mais Fidel, mas nenhuma criança ali pede esmolas ou dorme nas ruas, mesmo convivendo com o mais longo boicote internacional americano que perdura sobre a pequena e corajosa ilha caribenha. 
Não quero aqui falar de Fidel, cuja vida e velório recente impressionaram o mundo. Falar, sim, de dois sujeitos, um deles ditador e perguntar se alguém iria a seus velórios?

O brigadeiro Macedo do Crato foi um homem extraordinário. Foi o primeiro Comandante da Base Aérea de Fortaleza e, se não fosse sua coragem, a Aldeota e o Mucuripe seriam um campo de aviação com pista em T iniciando no atual Colégio Militar.

De fato, diante da recusa do brigadeiro em instalar o campo de comando aeronáutico americano na Aldeota, o comandante gringo o interpelou: você está me impedindo de construir um dos maiores campos de aviação da América Latina. E a resposta: estou defendendo a mais linda capital do Nordeste.

Macedo inaugurou inúmeros campos de aviação no Brasil; bombardeou os remanescentes do Caldeirão na Serra do Araripe; combateu Lampião no Raso da Catarina e, por fim, foi fabricar cachaça no Crato onde lá o ditador Castelo Branco lhe indagou o que andava fazendo no Crato. Pois bem, o brigadeiro Macedo, chamado ali de Zé do Crato, respondeu a Castelo:  "Fabrico cachaça pra dar emprego a poliça, juiz e advogado."

Em 1992, Zé do Crato já é morto, mas antes falece um monsenhor querido do Cariri e um dos que se juntavam à multidão que assistia à missa de corpo presente diz prum inimigo ferrenho de Zé do Crato que estava ao lado: "Quando o Brigadeiro Macedo morrer, vai ter gente assim como agora no enterro dele? A resposta veio raivosa: "Só se for pra enterrá-lo vivo".

Nada de comparações, porque a distância incomensurável entre os dois homens não permite. Mas, me vem à pergunta que ora faço: "E se o usurpador da presidência do Brasil morresse, iria ter muita gente presente à cerimônia?

George Alberto de Aguiar Coelho

Fidel Castro

Vivi uma época em que elogiar o grande líder da revolução cubana significava cadeia certa. A época de hoje promete repetir a passada, apenas os ditadores coevos são bem mais medíocres que há 50 anos e entreguistas de fazer dó, enquanto os militares de 1964 eram nacionalistas, embora nem de longe como o ditador Fidel foi.
Cuba não tem mais Fidel, mas nenhuma criança ali pede esmolas ou dorme nas ruas, mesmo convivendo com o mais longo boicote internacional americano, que perdura sobre a pequena e corajosa ilha caribenha.

George Coelho

domingo, 6 de novembro de 2016

O Brasil na vala a jato

Deixou de ser arretado,
Foi ao chão, escambichado,
Da primavera de pato.
Falar disso é muito chato,
Mas o Brasil soberano
Não passou de um engano.
O Brasil do SUS gigante
Sucumbiu num só instante,
Doente, febril, sem plano.

George Coelho


sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Guerra Híbrida

 Confira o Tweet de @emirsader:
 https://twitter.com/emirsader/status/792108849222283266?s=08

Pepe Escobar, para quem quer entender porque e como se deu o golpe no Brasil.

Dois parágrafos interessantes desnudam o verdadeiro e puro coxinha, produto genuinamente nacional, mas que gostaria, ele mesmo, de ser Made In USA.

"A marcha em direção à Guerra Híbrida no Brasil teve pouco a ver com as tendências políticas de direita ou esquerda. Foi basicamente sobre a mobilização de algumas famílias ultra ricas que governam de fato o país; da compra de grandes parcelas do Congresso; do controle dos meios de comunicação; do comportamento de donos de escravos do século 19 (a escravidão ainda permeia todas as relações sociais no Brasil); e de legitimar tudo isso por meio de uma robusta, embora espúria tradição intelectual.

Eles dariam o sinal para a mobilização da classe média. O sociólogo Jesse de Souza identificou uma freudiana “gratificação substitutiva”, fenômeno pelo qual a classe média brasileira – grande parte da qual clama agora pela mudança do regime – imita os poucos ultra ricos, embora seja impiedosamente explorada por eles, através de um monte de impostos e altíssimas taxas de juros."

George Coelho

sábado, 17 de setembro de 2016

O afogamento de Domingos Montagner: fatalidade ou acidente de trabalho?

A Globo trata o afogamento com morte do grande ator, Domingos Montagner, como fatalidade. Discordo. Não teria sido um acidente de trabalho, mesmo que se se considerasse terem os atores já terminado o trabalho proposto?

Ora, imagine um operário entrando na obra que trabalha num domingo, sem o uso de equipamento de segurança e sem ser impedido ou instruído previamente de não o fazer e que esse operário se acidentasse. Seria fatalidade o infausto acontecido? Não e não. Faltou orientação, vigilância e equipamentos de segurança ao caso. 

No caso do afogamento de Montagner, poderia se cobrar, de autoridades, placas de sinalização, inexistentes  em um local perigoso e de acesso público. Sim. Mas de uma emissora rica como a Globo deveria se cobrar também instruções, proteção, vigilância a seus trabalhadores encenando em um local perigoso informá-los dos perigos, preveni-los e, até mesmo puni-los em caso de desobediência, como se faz, por exemplo, a um operário da construção civil que se recuse a usar  equipamentos de segurança.

Assim  atribuir o fato a uma fatalidade é de uma singeleza pueril. O Brasil prima pela primariedade e falta de visão dos seus donos, levando de roldão valores maiores da sociedade brasileira perdidos de forma ingênua, gratuita, primária, como ocorreu no triste caso.

George Alberto de Aguiar Coelho

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Dicas de Viagem Para o Peru - Vládia - julho 2016

Roteiro: Lima, Cusco e Machu Picchu:

Todas as passagens aéreas foram pela TAM, ida e volta, de São PAULO para Lima, de Lima para Cusco.

De Cusco para Águas Calientes, cidade que fica aos pés da montanha de Machu Picchu, fomos de trem e a estação que pegamos o trem fica afastada de Cusco e por isso contratamos o traslado pela CVC, como também compramos pela CVC as passagens do trem, as passagens do ônibus que sobe de Aguas Calientes para Machu Pichhu e os ingressos de entrada de Machu Picchu também;

Nosso hotel em Lima foi o Tierra Viva Miraflores Larco , Calle Bolivar 176 - 180, Miraflores: localização excelente, região segura para caminhar, com muitos restaurantes perto e dava pra fazer vários passeios a pé.

Nosso hotel em Cusco foi o Hotel Plaza de Armas Cusco, Portal Mantas 114, Centro de Cusco: também na melhor localização de Cusco, em frente a Plaza de Armas, principal ponto turístico e onde acontece tudo na cidade, com restaurantes, casas de câmbio, lojas de artesanato, tudo em volta.

Pernoitamos em Águas Calientes e ficamos no hotel Tierra Viva Machu Picchu, Avenida Hermanos Ayar 401, 84 Machupicchu.

1º dia: Segunda-feira: Saimos pela manhã de Fortaleza com destino à São Paulo (Guarulhos) onde pegamos a conexão para Lima e chegamos por volta de 23 horas.

2º dia: Terça-feira: City tour em Lima (contratado pela CVC), o qual foi realizado pela operadora CONDOR TRAVEL. Após o city tour fomos conhecer o shopping Larcomar, perto do hotel, que fica em um penhasco na beira-mar, com uma vista linda e privilegiada e jantamos no restaurante Tanta, especializado em comida típica peruana, do qual ficamos fregueses, tudo uma delícia como o Lomo Saltado, o Ceviche, Aji de Gallina, etc.(ahh saudades!!)

3º dia: Quarta-feira: fomos andando para o Mercado Inca (centro de artesanato), na Avenida Petit Thouars com Ricardo Palma e depois para o mercado de MERCADO SURQUILLO , que é perto, ver de perto as frutas e peixes do pacifico. No caminho entramos no parque Kennedy, bem florido e arborizado, onde muitos gatos vivem e são tratados e alimentados pelo povo da região.

Obs: A maioria dos centros comerciais no Peru não abrem cedo, normalmente começam a funcionar pelas 11 horas da manhã. Portanto não adianta sair muito cedo do hotel, pois encontrará quase tudo fechado.

De noite fomos conhecer o Circuito Mágico das Águas, um grande e lindo parque, onde existem muitas fontes de águas em diversos formatos, com jogos de luzes coloridas, algumas você só admira e outras dá para interagir. Em horas marcadas há um show de projeções holográficas sobre uma cortina de água, animado com músicas peruanas.

4º dia: Quinta-feira: Foi totalmente dedicado aos museus. Conhecemos o Museo Oro del Perú, depois o Museu Larco e por último Museo Nacional de Antropología, Arqueología e Historia del Perú. De noite fomos na casa de Show Folclórico Brisas del Tititaca, muito legal. Entre uma apresentação e outra, todo mundo vai para a pista dançar, uma festa.

5º dia: Sexta-feira: Fomos pela manhã para o aeroporto embarcar para Cusco. Chegamos em Cusco no horário do almoço, depois de deixar as malas no hotel, almoçamos em um ótimo restaurante próximo. O resto do dia ficamos andando e explorando a região , tiramos foto com filhotes de Lhama e senhoras com roupas típicas.

6º dia: Sábado: Fizemos um City tour em Cusco(contratado pela CVC), no qual uma parte foi feita a pé. Super aconselho, pois a riqueza de história e arqueologia é imensa. Cusco é uma cidade fantástica.

7º dia: Domingo: Tour do Vale Sagrado (contratado pela CVC): Imperdível, visitamos uma comunidade que tingia a lã de alpaca e ovelha e tecia os panos das roupas típicas peruanas, conhecemos todo o processo de fabricação, fomos para os sítios arqueológicos de Moray , Ollantaytambo, fantásticos. 

8º dia: Segunda-feira: Conhecemos o mercado São Pedro em Cusco, que tem bastante artesanato e bem mais barato que todos os outros lugares e compramos algumas lembrancinhas. Passamos o dia passeando e conhecendo o dia a dia dos cusquenhos. Encontramos uma loja que vendia pisco em várias formas diferentes de engarrafamento, umas para beber e outras dignas de decoração, compramos algumas para presentes.

9º dia: Terça-feira: Saimos de manhã para a Estação de Trem em direção à Aguas Calientes para conhecer Machu Picchu, pela Peru Rail (traslado, passagens dos trens, subida de ônibus e entrada de Machu Picchu tudo pela CVC). Chegamos em Águas Calientes na hora do almoço e fomos direto pegar o ônibus para subir pra Machu Picchu. Como não almoçamos, compramos uns sanduiches gigantes em um restaurante que fica antes da entrada da Cidade Inka. Vele dizer que em Machu Picchu não existe nada para se comprar e nem tem banheiro, pois tudo tem que ser feito antes de entrar e depois de sair.O passeio dentro da cidade Inka foi feito por um guia que falava português e durou umas 4 horas, de deslumbramento, admiração, fascinação, cultura, êxtase, beleza, lindeza... Quando terminou a visita fomos para o hotel e pernoitamos em Aguas Calientes. Vale informar que deixamos as malas guardadas no hotel de Cusco e levamos no trem apenas uma mochila, pois não há espaço para malas.

10º dia: Quarta-feira: O guia nos pegou no hotel as 6 da manhã para outra visita em Machu Picchu e dessa vez conhecemos detalhes que não vimos no dia anterior como a ponte inka e haja deslumbramento, encanto e lindeza. Retornamos pelo meio dia e almoçamos em uma rua cheia de restaurantes e música ao vivo nas calçadas, bastante simpática e agradável, onde comprei um CD da banda que tocava e cantava em frente ao nosso restaurante e onde comi meu último prato de Lomo Saltado.

Depois do almoço fomos para a estação de trem para voltar para Cusco. Chegamos em Cusco de noite. No dia seguinte pela manhã fomos para o aeroporto pegar o voo para Lima e de lá a conexão para São Paulo. Fim da viagem.

Autora: Vládia Maria Valente Serra Coelho.



domingo, 12 de junho de 2016

Ponte Inca e a Ponte Temer

Pra fugir da Ponte Temer
Argamassada com cuspe
Sai de férias a Cusco
Onde o Inca pôs seu sêmen
Meus pés seguiram o leme
Da montanha Machu Picchu
Saindo para um exílio
Em caminho mais seguro
Bom é andar nos Incas muros
Que Temer o precipício

Mote:
https://youtu.be/Ze-neCQlAsg





Precisamos falar de política

"O pecado do pecador todo mundo perdoa. O pecado do pregador é indesculpável..."  Ciro Gomes (25.25min do vídeo abaixo).

A formação de uma chapa Ciro Gomes (CE) mais Roberto Requião (PR), para Presidente e Vice do Brasil seria o de melhor que poderia nos acontecer. O que sobrou do PT - a enorme popularidade/legitimidade de Lula e, agora após o golpe, crescente de Dilma - deveria assumir o compromisso histórico de apoiá-los. 

O Brasil, a esquerda e particularmente o PT devem muito aos dois por defender a democracia e, principalmente, por propor projeto possível de nação independente, sobranceira, soberana. 

Os dois, expondo a cara a bofete, com a denúncia do golpe engendrado por corruptos, posicionamento firme de resistência à quebra das regras democráticas, fizeram com que se, por razões malucas e jactâncias tolas, Lula e Dilma seguirem trilhas diferentes, farão o país cair nas temerosas Pontes Temers que as "zelites" internacionais e nacionais, mancomunadas com o sobejo de parte da classe média brasileira, quer que atravessemos, ou melhor, nos despenquemos.

George Alberto de Aguiar Coelho

Mote:
https://www.youtube.com/watch?v=jXCyms1V7Is

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Os aliados do Jucá

Me responda, Seu Dotô,
Quem serão, mas quem será,
Os aliados do Jucá?
Me preste esse favor
Grato fico de louvor.
Se eu fosse Juiz de lá,
Mandava logo o Jucá,
Machado, digam os nomes
Apontem logo esses ômes
Pro mode pacto pagar.

George Coelho

sábado, 14 de maio de 2016

A democracia se foi

Então você me pergunta
E eu respondo na hora
Que falta faz o Brizola!
A falta que faz é muita
Político hoje assunta
Ei ZéDu, Ei Mercadante,
Que discurso mais pedante!
A democracia se foi
Virou um cú de boi
Cheio de fala elegante.

George Coelho

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Mais um golpe no Brasil

Estou pra ver nascer
Mais um golpe no país
Os USA assim o quis
E vai mesmo acontecer
Já sei que vou morrer
Sem ver o Brasil soberano
País grande sem um plano
Isso muito me angustia
Não tem mais soberania
Avante Americanos.

George Coelho

segunda-feira, 25 de abril de 2016

O Zé de Abreu na Globo Golpista

mostrou como se pode ser diplomata com quem lhe emprega e, ao mesmo tempo, manter-se firme e denunciar o golpe no olho do covil.

É evidente que a Globo não o chamaria para entrevista um domingo antes.

É evidente que a Globo quis tentar se defender da Imprensa internacional que já a enxerga como a golpista maior do país.

É evidente que a Globo quis sair de ridícula responsiva de espaço de leitor do The Guardian.

Tudo isso é evidente. Mas, mais evidente foi o fato de que, até hoje não vira antes, calar o Faustão que, via de regra, falando pelos cotovelos, fala mais que o entrevistado.

Parabéns ao Zé de Abreu, um cara decente. Desceu o cacete no vergonhoso golpe.

George Alberto de Aguiar Coelho

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Por que estamos assustados? Marcel Coelho

O Congresso nesse momento espelha o Brasil. Muitos dos que votaram "sim", assim o fizeram pensando em suas bases eleitorais.

País predominantemente conservador, preconceituoso e com uma crescente onda medieval de origem religiosa. A maioria da população apoia o que está acontecendo.

Existe uma esquerda progressista? Existe. Mas essa mesma com uma leitura fragmentada e esquecendo as grandes causas muitas vezes não hesitou em apedrejar a presidente da república pelas concessões advindas da necessidade em conversar com esse congresso.

Congresso que muitos estão apenas hoje conhecendo. Estarrecidos? No cenário que se construía, apedrejar a presidente era um favor concedido à essa direita que anseia por dominar o país.

Pedras são pedras e críticas são críticas. São sujeitos de dimensões distintas. O linchado morre não com uma pedra mas com o conjunto delas. Não espero que os linchadores, sejam os da direita, os da esquerda, como também àqueles que jogaram pedras das nuvens, assumam agora suas responsabilidades.

A política não tem sido uma esfera da hombridade.  O que estamos assistindo é apenas o vetor resultante dos comportamentos das ruas. Das redes sociais. Da sociedade brasileira. Em toda seu horror, mediocridade e medievalidade! Lembrem-se das conversas que tiveram nas redes sociais, nos ônibus, no futebol, nas universidades, com alunos e ruas.

Estamos com vergonha do congresso? Tenhamos vergonha de nós mesmos. Jogaste pedra na honrada presidente Dilma Rousseff durante todos estes anos com uma leitura limitada das grandes causas nacionais? Ganharás um novo presidente.

Há muito deixei a complacência com o povo brasileiro. Classes inteiras como OAB e entidades médicas... A presidente Dilma definitivamente não espelha a sociedade brasileira em seu vetor resultante neste momento. Teremos um presidente que melhor a espelha. Nesse e somente nesse sentido, a democracia se fez hoje e provavelmente se fará nas semanas vindouras.

Quanto às minorias progressistas...Não sei de onde tiraremos forças para continuar a caminhada em um país que sofre um golpe de estado em pleno século XXI. Em 64 tínhamos uma desculpa. Havia um forte conluio internacional. Esse conluio também existe hoje. Entretanto, hoje não seria tão condescendente.

Quando li a primeira biografia, aos 16 anos, nunca imaginava quão profunda e difícil seria por em prática àquela singela frase "Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura...". Mais fácil nos apegarmos aos fatos.

Brasileiros, reconheçamos a autoria do país que estamos construindo!

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Se essa Cunhanocracia

Resistir a uns dez anos
Vai ter fome e carestia,
Promessas e desenganos
Sol vai descer sobre a terra,
Vai ter morte, vai ter guerra,
E Norte sem norte e plano.

George Alberto de Aguiar Coelho

sábado, 16 de abril de 2016

Se o morro desce...

O país parou desde o início da Copa pra ensejar o golpe. Tirante os erros crassos do governo, feitos no afã de agradar a plutocracia que o golpeava, esta sofreu com seu próprio boicote, no caso, lock out.

A engenharia nacional perdeu competitividade, espaço no mercado exterior e demitiu milhares de pessoas. O mote foi a LavaJato. A orientação e comando é da CIA.

Por coisas banais, hostilizaram e prenderam nosso maior cientista que estava na liderança da construção de submarino nuclear brasileiro e enriquecimento de urânio. Estaleiros nacionais, que tinham renascido com Lula, fecharam por falta de novas encomendas, porque a Petrobrás está sob fogo cerrado.

O mote pra tanta destruição pode se resumir em dois pontos: BRICS e Pré-sal. O primeiro, a possibilidade de o mundo ver cinco das suas principais economias no mercado de petróleo com moeda diferente do dólar. Antes, o ditador da Líbia, Kadafi, foi morto porque tentou tornar o ouro a moeda padrão para as operações financeiras com o petróleo dos árabes. Quanto ao Pré-sal, descoberto por engenheiros da Petrobrás, tem reservas de US$ 10 tri.

A operação internacional foi conjunta: derrubar o preço do petróleo pra levar à lona Rússia, Brasil e Venezuela (quarta reserva do mundo) e mandar recado à China. Na África do Sul,um dos BRICS, presidente também sofre processo de impeachment.

Pra dar certo o golpe, era preciso baixar o preço do petróleo. Contavam com empresas americanas fraqueando   rochas e obtendo gás em seu território. E também com o restabelecimento de paz com o Irã. Mas o fôlego tem limites e as petroleiras dos fracks estão quebrando.

No Brasil, a apnéia profunda dos empresários também se finda. De tal maneira que, se o morro desce, as calças da plutocracia, furadas por fogo amigo, também descerão expondo sua nudez ridícula.

George Alberto de Aguiar Coelho

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Tá no posto, o Ipiranga

Se o PT sobreviver?
Tá no posto, o Ipiranga
Se for o Temêrdebê?
Tá no posto, o Ipiranga
E se mais acontecer
Se o Lula cair de cana
Esse Moro não me engana
Tá no posto, o Ipiranga

E se o tucano vier?
Tá no posto, o Ipiranga
Se for a beata mulher?
Tá no posto, o Ipiranga
Se o Janôt pegar no pé
E o Cunha sair da lama
Se se mostrar toda a trama
Tá no posto, o Ipiranga.

E se o pré-sal se entregar?
Tá  no posto, o Ipiranga
Se a Petrobrás se acabar?
Tá no posto, o Ipiranga
Se o Brasil emborcar
Se o Serra virá montanha
De tanta grana que ganha?
Tá no posto, o Ipiranga.

Se ganhar o Merendão?
Tá no posto, o Ipiranga
Escola faltando o pão?
Tá no posto, o Ipiranga
Se gritar pega ladrão
Se o povo já nem mais manga
E nem sabe quem esculhamba
Tá no posto, o Ipiranga.

E se o Sanders vencer?
Tá no posto, o Ipiranga
E Dona Clinton perder?
Tá no posto, o Ipiranga
E se o Fidel não morrer
Se o Trump dançar um samba
E se a poliça lhe apanha
Tá no posto, o Ipiranga.

Se o Ciro aloprar
Tá no posto, o Ipiranga
E o país avançar
Tá no posto, o Ipiranga
E Sobral acontecer
O FHC não correr
E o Panamá se perder
Tá no posto, o Ipiranga.

Que diabo tem o Ipiranga
Que sempre tá lá no posto
Não sente mais bem o gosto
De sempre tá no poder
Já nem mais sabe o porquê
Dele ter pegado a fama
Pois com saúde ou de cama
Tá no posto, o Ipiranga.

George Alberto 

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Impeachment, não.

A partir do segundo mandato, a oposição parou o Brasil,levando suas mais importantes empresas à bancarrota num processo que, pela ação, indica fortes interesses externos, p.e., relativos ao pré-sal e BRICS.

A Presidenta não cometeu nenhum crime, portanto não cabe impeachment. Quanto à possibilidade de renúncia, seria trágico, se não fosse cômico, o poder cairia no colo do político mais inidôneo, pra não usar outro adjetivo mais forte, ladrão, o Cunha.

sábado, 9 de abril de 2016

A merenda do Geraldo

Tou no estado mais rico
Que tem metrô da Alston
Panela batendo som
De protesto na Paulista
Vi Capez dando entrevista
E me diz: sou inocente
Poliça batendo em gente
E a merenda, Geraldo?
Do feijão, sobrou o caldo
Do arroz, mais nem semente

George Alberto de Aguiar Coelho

Porque o povo não é bobo

Seu Dotô tome tenência
De mexer com esse povo
O Sinhô é muito novo
E lhe falta experência.

Um adjutório vou dar
Pra que o Sinhô se encaminhe
E não mais se descaminhe
Pro falta de boa crença.

Ói, o povo assim é

Até aguenta o mal feito
Mas não de quem o direito
Fez juramento de fé.

O Sinhô com sua coié

Em toda hora foi justo?
Se trata bem os Augusto,
Pro que briga com a muié?

Que o Sinhô tem contra ela?
Que encontrou de errado?
Qual é dela o pecado,
Pra toda essa querela?

Vosmecê acha pouco
O povo tê-la elegido,
Feito mio escoído,
Tantos votos dos cabôco?

Ou é dos que assim pensa
Que gente lá do sertão
Basta só dar circo e pão
Que aceita quarquér ofensa?

Se for assim, pensa torto
Povo não é que nem gado
Que se tange enganado
No meio de alvorôço.

Ói... Ele sabe o que quer
Vê roubo noite e de dia
De santo de sacristia,
Mas nenhum fez a muié.

Não me importa se o Senhor
É juiz, policiá,
Ministro de tribuná,
Se é Gilmar, Moro, Janôt.

Tudo na conta do povo
Que lhe provêm o sustento
Não rasgue seu juramento
Porque o povo não é bobo.

George Alberto de Aguiar Coelho




sexta-feira, 1 de abril de 2016

#GloboGolpista refuga listas

De emissora golpista,
O povo, que não é bobo,
Já tachou a Rede Globo.
Refugando fatos, listas,
A Globo até dá pistas
Pra analfabeto de Brecht,
De Leste até Oeste.
Diz que tem nome demais,
Não pode ler o rapaz
A lista da Odebrecht.

Mote:
http://goo.gl/eMOApw

quinta-feira, 31 de março de 2016

Resposta a convite da OAB

Resposta que dei a convite recebido da OAB CE para comemoração dos seus 83 anos, na Câmara Municipal de Fortaleza.

"Com o presente golpe em que a OAB participa como coadjuvante favorável, não se tem o que comemorar, mas lastimar. Será a segunda vez em que a OAB posa ao lado de golpistas. Da primeira vez, em 1964, logo arrependeu-se, mas manchou sua história. Quando se arrependerá desta feita?"

George
#NãoVaiTerGolpe

sábado, 26 de março de 2016

As Flô de Puxinanã - Zé da Luz. Declama Ariano Suassuna.

Três muié ou três irmã,

três cachôrra da mulesta,

eu vi num dia de festa,

no lugar Puxinanã.


A mais véia, a mais ribusta

era mermo uma tentação!

mimosa flô do sertão

que o povo chamava Ogusta.


A segunda, a Guléimina,

tinha uns ói qui ô! mardição!

Matava quarqué critão

os oiá déssa minina.


Os ói dela paricia

duas istrêla tremendo,

se apagando e se acendendo

em noite de ventania.


A tercêra, era Maroca.

Cum um cóipo muito má feito.

Mas porém, tinha nos peito

dois cuscús de mandioca.


Dois cuscús, qui, prú capricho,

quando ela passou pru eu,

minhas venta se acendeu

cum o chêro vindo dos bicho.


Eu inté, me atrapaiava,

sem sabê das três irmã

qui ei vi im Puxinanã,

qual era a qui mi agradava.


Inscuiendo a minha cruz

prá sair desse imbaraço,

desejei, morrê nos braços,

da dona dos dois cuscús!


Zé da Luz.

(Paródia de "As Flô de Jerimataia" de Napoleão de Menezes)

Ariano Suassuna declama:

https://youtu.be/8xhrbI5kGp8

sexta-feira, 25 de março de 2016

A Flor de Jeremataia - Napoleão de Menezes

Três muié, três cão de saia
Três caboca do outro mundo
tem na casa do Raimundo
no lugá Jerimataia!
A mais véia delas três,
a mais alta, a mais franzina
mimosa flor da campina
qui o povo chama de Inez.

A segunda é a Zezeta!
Tem uns ói qui santo Deus!
Un oiá daqueles seus
bota no inferno um poeta!...
uns ói qui parece ser
dois ladrão numa janela
dois garrote na cancela
da cacimba de beber!

A terceira é Mariana,
tem um corpinho mais cheio!
E a móde qui traz no seio
dois mangará de banana!
Dois mangará, chega a gente
sonha ca fruta qui vem...
E o cheiro qui a fruta tem
quando ela fala se sente!...

E a gente até se atrapaia
vendo essas fulô perdida
naquela casa inscundida
no pé de Jerimataia!
Mas se mandasse eu tirá
entre elas três a mais bela
eu queria mesmo aquela
que é a dona dos mangará...

Fonte:
Raimundo Araújo. Cantador, Verso e Viola. Ed. Pongetti. 1974. Rio de Janeiro -RJ. p.113.




quinta-feira, 24 de março de 2016

Iron Maiden

Sou desligado mesmo. Esperando pegar um avião, tou no saguão do Pinto Martins. Gente de preto, paca. Égua, vai ter impeachment. Começo a observar mocinha e rapaz falando espanhol argentino. Égua o Macri fez complot com o Serra e mandou os Hermanos pressionarem a gente em resposta à denúncia internacional feita hoje pela Dilma. Me aproximo de um deles pra ouvir a conversa e delatá-los no twitter, quem sabe o Papá Chiquinho, ouve e dá um jeito neles. Espanhol falado a gente entende, mas Argentino con aqueles gritinhos agudos, é foda, Zé! Ei, tem um desenho nas camisas todas deles. Deve ser Fuera Dilma. Puta madre, caí nessa? Iron Maiden!

terça-feira, 22 de março de 2016

Kyrie Eleison

Gilmar almoça com tucanos
E não se declara suspeito.
Fachin diz ser amigo de advogado
E se declara suspeito.
Rosa teve Moro como assessor
E não se declara suspeita.
Kyrie Eleison.

domingo, 20 de março de 2016

Seu dotô como é que pode? - Patativa do Assaré (Itaytera, Crato)

Antes de Lula ser Presidente, o Nordeste era assim.

"Seu Dotô, nosso Nordeste,
é mesmo a terra da fome,
onde o matuto não veste,
onde o matuto não come.
A agricultura é sentença
e sem haver assistença,
o jeito é se escangaiá,
Parece mesmo um pagode!
Seu dotô, como é que pode
este Brasil miorá?"

Fonte:
Novo Dicionário de Termos e Expressões Populares. Tomé Cabral. Ed. UFC. Fortaleza Ceará, 1982, p. 353.

sábado, 19 de março de 2016

O que eu fiz mesmo na porra desse mundo?

Mote:
Confira o Tweet de @requiaopmdb:
https://twitter.com/requiaopmdb/status/711162608594886656?s=08

Assim como sacralizar um indivíduo, torná-lo muito maior do que ele é, porque fez um concurso, porque colou grau, fez um doutorado, foi condecorado, foi isso, foi aquilo. No final, quando a cortina tiver prestes a se fechar e o indivíduo não tiver escapatória, nem fuga de si mesmo, restará a pergunta direta, incisiva, fatal, dolorosa, terrível, incisiva: o que eu sou e o que eu fiz mesmo na porra desse mundo?

George Alberto de Aguiar Coelho

sexta-feira, 18 de março de 2016

A Revoada dos Patinhos Amarelos

Um fato interessante e histórico acontecido em São Paulo em 1934, associa-se, de certa forma, a fatos dos dias de hoje. Vamos à história.

Em 1934, a esquerda se reuniria na Praça da Sé para sustar tentativa de golpe dos integralistas, linha fascista de Plínio Sampaio. Os integralistas queriam obstar a reunião e o cacete comeu.

Tiros, mortes dos dois lados e a desmoralização dos integralistas, pois saíram corridos da Praça, desesperados jogando as camisas verdes ao léu para não serem identificados. Esse episódio ganhou o nome de Revoada das Galinhas Verdes.

Voltando para a nossa era. Por pouco não houve algo parecido hoje, dia 18/03/2016, na Avenida Paulista. Fascistas acamparam na Paulista pasta impedir a manifestação programada pela esquerda.

A pedido da FIEC, dos próprios acampados ou por temor de uma tragédia, sei lá porque, saíram de lá pela ação, simulada ou não, da polícia paulista.

Se não fora a fuga providencial, poderíamos ter assistido hoje a Revoada dos Patinhos Amarelos.

George

terça-feira, 15 de março de 2016

De tanto levar preso,

Eu, um agente capaz, 

Virei preso de mim mesmo,

Com selfie de flash aceso,

Eu preso, mais eu atrás.

George


domingo, 13 de março de 2016

O sabiá no sertão

Quando canta me comove
Passa três meses cantando
E sem cantar passa nove
Porque tem obrigação
De só cantar quando chove

Poeta Bio Gomes

O que vivi - Professor Paulo Araújo

Não vou à passeata do dia 13 pelo motivo que exponho abaixo.

Fui aprovado em concurso público para professor efetivo da “antiga” Escola Técnica Federal do Ceará, em 1994. Em 1996, ingressei para lecionar na tão “sonhada escola”, em que já tinha sido aluno e filho de professores. Iniciei minha atividade docente na metade do governo FHC. Na época, o orçamento anual da Escola já tinha sido reduzido à metade do montante orçamentário anual do início do governo PSDB. Presenciei uma gestão escolar preocupada com o baixo orçamento, com dificuldades em conseguir pagar contas básicas, com água, energia  e telefone. Vivenciei uma escola agonizante, sem investimentos, com dois de seus três “campi” (Cedro e Juazeiro) de “portas fechadas” por falta de recursos. Vi minha “Escola” perdendo sua autonomia, tendo que se sujeitar a reformas na grade curricular para ganhar algumas migalhas orçamentárias. Para conseguirmos construir um bloco de salas de aula, tivemos que fazer uma parceria com a empresa LG, pois o governo FHC sempre nos negava recursos.  Lembro-me que para equipar nossos laboratórios, realizamos um convênio com a CHESF para oferecer capacitação para seus funcionários. Contratar professores era uma missão “hercúlea”, pois os concursos públicos eram barrados por medidas provisórias. Nossa instituição passava por um plano de sucateamento que jamais poderia imaginar, capitaneado por um presidente sociólogo, doutor, e professor universitário aposentado de uma das mais renomadas universidades públicas, a USP.  Foi difícil de entender e aceitar tudo aquilo.

Professor Paulo Araújo

Grito de guerra da minifestação de 13/8/2016: Somos Todos Cunha!

Quem quiser acompanhar a turma do "ilibado" Cunha, que se junte a ele na minifestação de 13/08/2016 e grite em grito altissonante: Somos Todos Cunhas!

Ė micro ou é macro?

Se retornaremos ao governo das mudanças, não sei, mas o que tem de velho se passando por novo não tá no gibi. Vivi a reengenharia dos tempos do príncipe cansado e me lembro como era. Um taylorismo tupiniquim de estudo de tempos e movimentos.

Onde trabalhava, uma consultoria contratada colocou várias mocinhas com uma prancheta, folha quadriculada e caneta BIC ávida de anotações. As meninas não tinham hora, nem se anunciavam para observar o processo que cada um de nós fazia. Chegavam lépidas e, sobre o processo, perguntavam de choto ao freguês: é micro ou é macro?

O cidadão trabalhando ou não, tomava um susto, e tinha poucos segundos para pensar no trabalho que fazia e pra escolher entre as duas opções dadas: micro ou macro. E foram meses essas pesquisas, pagas por quantias macros, fazendo parecer a nós investigados que os resultados seriam micros. Mas não queríamos, fazer a delação da pesquisa, pois poderíamos amanhã ser premiados por um PDV*.

A estratégia então, para não ser inconsistente e se safar das meninas, foi a gente memorizar, para cada tarefa, a resposta que daríamos a angustiante inquisição: é micro ou é macro? E a medida que respondíamos mais pavlovianamente o inquisitório, mais de surpresas e rápidas as meninas nos abordavam: é micro ou é macro?

Um belo dia, um colega entrou no banheiro, que a essas alturas desconfiávamos estar também monitorado o tempo de realização das tarefas por lá. E pra não dar bandeira da demora, saiu rápido daquele recinto adentrando ao ambiente da copa ao lado, ainda com a mão e o olhar no ziper da braguilha aberta. Mas não deu tempo, pois eis que, de repente, chega uma das inquisidoras e sapeca a fatal pergunta: é micro ou é  macro?

* PDV - Plano de Demissão Voluntária


George Alberto de Aguiar Coelho

sexta-feira, 11 de março de 2016

Não há cadeia suficiente para Lula - José Perci de Sousa

Não há cadeia suficiente para Lula, não há construção erigida que suporte tamanha pena, que dê conta de tanto pecado.
Haja grades de ferro e de aço que sejam capazes de segurar, de reter e de trancafiar tanta coisa numa só, tanta gente num só homem.
Não há cadeia no mundo que seja capaz de prender a esperança, que seja capaz de calar a voz.

Porque, na cadeia de Lula, não cabe a diversidade cultural
Não cabe, na cadeia de Lula, a fome dos 40 milhões
Que antes não tinham o que comer
Não cabe a transposição do São Francisco
Que vai desaguar no sertão, encharcar a caatinga
Levar água, com quinhentos anos de atraso,
Para o povo do nordeste, o mais sofrido da nação.
Pela primeira vez na história desse país.

Pra colocar Lula na cadeia, terão que colocar também
O sorriso do menino pobre
A dignidade do povo pobre e trabalhador
E a esperança da vida que melhorou.

Ainda vai faltar lugar
Para colocar tanta Universidade
E para as centenas de Escolas Federais
Que o ‘analfabeto’ Lula inventou de inventar
Não cabem na cadeia de Lula
Os estudantes pobres das periferias
Que passaram no Enem
Nem o filho de pedreiro que virou doutor.

Não tem lugar, na cadeia de Lula,
Para os milhões de empregos criados,
(e agora sabotados)
Nem para os programas de inclusão social
Atacados por aqueles que falam em Deus
E jogam pedras na cruz.

Não cabe na cadeia de Lula
O preconceito de quem não gosta de pobre
O racismo de quem não gosta de negro
A estupidez de quem odeia gays
Índios, minorias e os movimentos sociais.
Não pode caber numa cela qualquer
A justiça social, a duras penas, conquistada.
E se mesmo assim quiserem prender
– querer é Poder (judiciário?),
Coloquem junto na cadeia:
A falta d’água de São Paulo,
E a lama de Mariana (da Vale privatizada)
O patrimônio dilapidado.
E o estado desmontado de outrora
Os 300 picaretas do Congresso
E os criadores de boatos
Pela falta de decência
E a desfaçatez de caluniar.
Pra prender o Lula tem que voltar a trancafiar o Brasil.
O complexo de vira-latas também não cabe.
Nem as panelas das sacadas de luxo
O descaso com a vida dos outros
A indiferença e falta de compaixão
A mortalidade infantil
Ou ainda (que ficou lá atrás)
Os cadáveres da fome do Brasil.
Haja delação premiada
Pra prender tanta gente de bem.
Que fura fila e transpassa pela direita
(sim, pela direita)
Do patrão da empregada, que não assina a carteira
Do que reclama do imposto que sonega
Ou que bate o ponto e vai embora.
Como poderá caber Lula na cadeia,
Se pobre não cabe em avião?
Quem só devia comer feijão
Em vez de carne, arroz, requeijão
Muito menos comprar carro,
Geladeira, fogão – Quem diz?
Que não pode andar de cabeça erguida
Depois de séculos de vida sofrida?
O prestígio mundial e o reconhecimento
Teriam que ir junto pra prisão
Afinal, (Ele é o cara!)
Os avanços conquistados não cabem também.
Querem por Lula na cadeia infecta, escura
A mesma que prendeu escravos,
‘Mulheres negras, magras crianças’
E miseráveis homens – fortes e bravos
O povo d’África arrastado
E que hoje faz a riqueza do Brasil.
Lula já foi preso, ele sabe o que é prisão.
Trancafiado nos porões da ditadura
Aquela que matou tanta gente,
Que tirou nossa liberdade
A mesma ditadura que prendeu, torturou.
Quem hoje grita nas ruas
Não gritaria nos anos de chumbo
Na democracia são valentes
Mas cordatos, calados, covardes
Quando o estado mata, bate e deforma.
Luis Inácio já foi preso,
Também Pepe Mujica e Nelson Mandela.
Quem hoje bate palmas, chora e homenageia,
Já foi omisso, saiu de lado e fez que não viu.
Não vão prender Lula de novo
Porque na cadeia não cabe
Podem odiar o operário
O pobre coitado iletrado
Que saiu de Pernambuco
Fugiu da seca e da fome
Pra conquistar o Brasil
E melhorar a vida da gente
Mas não há
Nesse mundão de meu Deus
Uma viva alma que diga
Que alguém tenha feito mais pelo povo
Do que Lula fez no Brasil.
“Não dá pra parar um rio
quando ele corre pro mar.
Não dá pra calar um Brasil,
quando ele quer cantar.”
Lula lá!

quarta-feira, 9 de março de 2016

A entrega do Brasil

Uma análise profunda de Nassif. Provavelmente, só irá se confirmar por completo e de forma aberta quando documentos sigilosos americanos forem desclassificados como tal, ou se um novo Snowden surgir.

"Em breve, a Lava Jato deixará de ser estudada meramente como uma imensa operação anticorrupção para se transformar em um case sobre as estratégias geopolíticas norte-americanas na era das redes sociais, da globalização e da alta tecnologia." Nassif

Em verdade, nada é casual, o destino dos povos tem a ver com a sua admiração, reconhecimento e imitação aos seus dominadores. Caboclos querendo ser ingleses, diria Cazuza; ou complexo de vira- latas, como chibateava Nelson Rodrigues.

A elite brasileira com seu comportamento miamístico não se diferencia de cubanos que ali habitam (Miami) e que sempre recordam com saudade os tempos do cabaret americano de Batista na ilha. A despeito de me considerar um educador, não vejo como mudar o rumo das coisas, nadar contra a tsunami que nos afoga. Infelizmente, cheguei a conclusão: o povo brasileiro não merece o Brasil.

George Alberto

Mote:
http://jornalggn.com.br/noticia/lava-jato-tudo-comecou-em-junho-de-2013

segunda-feira, 7 de março de 2016

Pauperófobo

O Sr. Jung Mo Sung pediu ajuda no Twitter pra encontrar expressão para uma sociopatia muita em voga nos coevos dias. Trata-se da aversão ao pobre. Apesar de já ter lido, em algum texto, pobrefobia, achei que não soava chique, então sugeri, pra doença, pauperofobia, do prefixo latino pauperos(pobre) e do sufixo grego phobos(fobia) e, pro doente, pauperófobo.

A propósito, Max Weber, no livro A Ética Protestante, explicava a pobreza ibérica relacionando-a à fé católica. Os aficionados de Lutero eram mais: Deus colocou os escolhidos na terra pra serem exemplos de seu poder, portanto fossem ricos. Já pros católicos seria mais fácil um camelo entrar numa agulha, portão de muralha, do que rico passar pela vigília do porteiro dos céus.

Pois bem, que o seja todo razão o Sr. Weber, mas, cá pra nós, pra ser rico e ter de conviver com doutrina de Malafaia, Waldomiro, Edir Macedo, Cunha e o escambau universal, parece ser menos chato ser pobre. Isso pros que não sofrem de pauperofobia.

Mesmo porque, do ponto de vista ecológico, a terra não aguenta muita gente rica, não. Só os gringos consumem, por baixo, uns 20% dos recursos da terra. A gente não escapa nem quando eles estão dormindo, porque bufa de metano de fastfood McDonald não é brincadeira. E os chineses, embora comendo arroz como prato principal, consomem mais 24% dos finitos recursos.

P.S.
Sim, a palavra que nomeia a doença existe. De fato, veja este texto do jornal O Povo de autoria do Professor Pedro Jorge Chaves Mourão
http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2016/01/11/noticiasjornalopiniao,3559687/quem-tem-medo-de-pobre.shtml

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Pra ler daqui a 50 anos

Daqui a 50 anos, quando os papéis da diplomacia americana perderem o sigilo, golpistas, se até lá ainda vestidos, ficarão nús.

George

sábado, 6 de fevereiro de 2016

A bodega da Dona Nainha

Praia de Redonda, Icapui. Eu atrás de farinha pra fazer  um pirão de peixe. Na Dona Narinha tem farinha, um pescador me avisou e eu entendi assim, Dona Narinha tem farinha. Rimou atė. Fica perto, nessa rua, depois da casa verde. Chego na casa, um velho sentado e eu pergunto: o Senhor sabe do comércio da Dona Narinha? O velho pensou e respostou sério. Não, Sinhô, não tem essa Dona aqui não. Danou-se,
 o outro mentiu pra mim, foi? Não tem Dona Narinha? Não, Sinhô. Tem, não, E calou-se. Pensei e mirei a bodega de frente donde ele tava sentado. Senhor de quem é a bodega? Apontei com os beiços. Essa aí? Sim, essa aí. Ah bem, é de Dona Nainha.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Xanana, a flor símbolo de Natal(RN)

Xanana, ou Chanana, ou Damiana, arbusto arrancado como mato, mas teimoso na rebrota. 

Flor alegre, aquarela,
Teima em vicejar no mato,
Brilha ao sol e não quer trato,
Serve até pra espinhela.
Pólen de cor amarela,
A abelha lhe recolhe
E por muito que se olhe,
Mais se contenta a beleza,
Puro ser da natureza:
Xanana, que o sol acolhe.

Foto e escritos de George Coelho




Quer conhecer mais?
http://brasilinsetos.blogspot.com.br/2015/02/flor-chanana-ou-xanana-turnera-ulmifolia.html
http://www.plantasquecuram.com.br/ervas/damiana.html#.VrDCaSNv_qA
http://papjerimum.blogspot.com.br/2011/03/flor-simbolo-de-natal.html
http://www.eduardocampos.jor.br/_terrasol/menuop5a.pdf

sábado, 23 de janeiro de 2016

O "mais pior" dos chatos

Sou o "mais pior" dos chatos.
Sei. Não tem o "mais pior",
Nem no português correto,
Nem na lista do Janot.

George Alberto